Primeira medida pós-Nuzman, a aprovação do novo estatuto do Comitê Olímpico do Brasil pode virar caso de Justiça.
Uma manobra realizada durante a votação do item que decidia a participação dos atletas no processo de tomada de decisões dentro da entidade pode levar a Confederação Brasileira de Rugby (CBRu) à Justiça para fazer valer a sua opinião.
O enrosco está na aprovação de um item que fez com que os atletas deixassem de ter 1/3 dos votos das confederações e passassem a ter apenas 5 votos na Assembleia Geral. O número já é maior do que a única cadeira de antigamente, mas só foi alcançado após o voto da CBRu ser desconsiderado pela ausência do representante da modalidade na hora de fazer a escolha.
“De forma ilegal e sem sustentação jurídica ou estatutária alguma, o voto da CBRu foi desconsiderado. A CBRu encara a decisão com perplexidade”, diz a entidade em comunicado.
O COB não se pronunciou sobre a polêmica decisão, que foi atacada também pela própria comissão de atletas da entidade e pela ONG Atletas Pelo Brasil.
O representante do rúgbi teve de deixar a Assembleia antes e pediu o registro de seu voto em ata. Se o voto tivesse valido, haveria empate na decisão sobre o número de votos dos atletas.
Apesar da polêmica sobre a participação dos atletas, outras mudanças importantes foram aprovadas. Caiu qualquer barreira para uma pessoa se candidatar à presidência do comitê. Qualquer brasileiro maior de 18 anos pode ser candidato.
Na parte administrativa, haverá a criação de um Conselho Administrativo e um Conselho de Ética, que deverão supervisionar a gestão do COB.
Houve até uma mudança física do COB, que ficará sediado no Parque Aquático Maria Lenk. A alteração tem como objetivo reduzir os custos estruturais do comitê. A antiga e suntuosa sede, na Barra da Tijuca, será desativada, e a arena esportiva localizada no Parque Olímpico, que já é de propriedade do COB, passará a abrigar o prédio administrativo da entidade.