A Kroll, empresa americana especializada em investigação corporativa, atua no Brasil há mais de duas décadas, com casos que vão desde o processo de impeachment de Fernando Collor e passa por experiências em corporações públicas do país. Foi, por exemplo, uma das companhias contratadas para esmiuçar os riscos de fraude na Eletrobrás neste ano. Agora, ela quer ter um foco também no esporte.
A participação da Kroll no meio esportivo não chega a ser uma novidade. Internacionalmente, a companhia conta até com a presença de Alex Horne, ex-presidente da Football Association, a federação de futebol da Inglaterra. O executivo atua hoje como consultor para a empresa no segmento de esporte na Europa.
No Brasil, já existiram trabalhos focados em esporte, mas sem um volume necessário para ter uma maior presença da Kroll no segmento. Mais recentemente, no entanto, com patrocínios financeiramente mais significativos e com entidades esportivas envolvidas nos mais diversos tipos de escândalos, a procura pelos serviços da companhia tem aumentado.
Em conversa com a Máquina do Esporte, o diretor sênior da Kroll, Ian Cook, contou que as marcas têm tido maior preocupação com os investimentos no esporte. “Ainda existem vários entraves para os patrocinadores no Brasil. Mas o principal são essas questões internas em clubes e confederações, que geram desconfiança do mercado”, comentou o executivo.
Hoje, o principal trabalho da Kroll no país tem sido o levantamento de informações sobre entidades e clubes que possam levar mais segurança aos investidores. Dessa maneira, a empresa levanta diversos dados sobre determinada entidade para que uma empresa interessada em investir tenha reduzido o risco do aporte. Com a Kroll, a marca sabe, então, o histórico financeiro, o histórico dos dirigentes, as relações comerciais que possuem esses dirigentes, entre outras informações que possam dar maior solidez ao patrocínio da empresa interessada.
Essa, no entanto, não é a única maneira de a Kroll trabalhar no segmento. “O investidor no esporte quer mais segurança. Na Europa, tem a inversão. Com estrutura mais profissionalizada, clubes pedem o levantamento de investidores, para evitar acordos suspeitos”, ressaltou Ian Cook.
E não é a única possibilidade que a Kroll quer investir no Brasil. O trabalho mais convencional da empresa com outras companhias também deverá ser oferecido ao mercado nacional, assim como acontece na Europa. “Somos contratados por clubes e confederações para realizar investigações internas, para mapear área com maior chance de fraude”, complementou o executivo.
Para se fortalecer no esporte ao longo de 2018, a Kroll contará com sua credibilidade inserida em um mercado ainda pequeno. Para aumentar o alcance, planeja até evento com especialistas.