O patrocínio da BM&F ao atletismo chegará ao fim nesta temporada. A notícia, revelada há alguns dias pela “Folha de S. Paulo”, ganhou mais ainda mais repercussão no último fim de semana, ao ser debate do programa Esporte Espetacular, da TV Globo.
O mais interessante é ver como essa notícia causa grande comoção. Atletas, jornalistas e torcedores lamentam o fim do patrocínio como se fosse o fim dos tempos. Parece que não haverá mais atletismo depois desse caso.
A própria mídia acaba abrindo mais espaço do que sempre deu para falar do patrocinador e do “abandono” de um grandioso projeto esportivo.
Mas a pergunta que deve ser feita e acaba relegada é: qual era de fato o projeto do patrocínio ao atletismo?
Qual o benefício que havia à BM&F, depois BM&F/Bovespa e atual B3 ao associar a sua marca ao atletismo? O que isso gerava para a empresa?
O patrocínio sempre foi ancorado na paixão do presidente da empresa pelo esporte. Não havia uma proposta racional que sustentasse o patrocínio. No mesmo instante em que o presidente deixa de ser o mandachuva da marca, curiosamente o patrocínio deixa de ser algo prioritário para a empresa.
Mas o que fez o clube durante todo esse tempo em que ficou sentado em cima de um dos melhores contratos de patrocínio do esporte no país?
Houve algum preparo para depender menos da verba de uma só marca? Houve uma qualificação dos gestores para buscar novos patrocinadores?
O esporte está acostumado a lamentar fins de “grandes projetos”, quando, na verdade, ele confunde caridade com patrocínio. O fim do clube de atletismo é só mais um caso entre muitos do mecenato que ainda perdura no país.