O Palmeiras tem um dos mais modernos estádios do Brasil, mas seu funcionamento ainda está longe do ideal. Pelo menos ao se avaliar as atrações de jogos, quando o time paulista está no comando do Allianz Parque. Há um motivo claro: desde que assinaram o contrato, o clube e a WTorre não se bicam. E atrapalham as receitas.
O ponto é que, como em qualquer grande case de estádio, o principal produto do Allianz Parque é o Palmeiras. É o que gera mais eventos, maior fluxo de pessoas e, por consequência, maior atração comercial. Mas, claramente, o estádio é pensado de maneira distinta: há o local dos eventos WTorre e o campo do time paulista.
Isso pode ser visto na prática na ausência de maiores ativações de patrocínios do clube, de ações do time em dias de jogos e, principalmente, em dias sem jogos e de negócios que envolvem diretamente o Palmeiras, como uma maior distribuição de lojas oficiais dentro da arena.
Em comparação, os seus dois rivais têm um uso mais harmonioso de suas arenas. Temos como exemplo o “Esquenta da Fiel” na Arena Corinthians, uma ativação da Estrella Galicia com apresentações musicais e food truck em Itaquera. E até o velho Morumbi está mais acostumado a ser a casa do São Paulo em dias sem jogos, como aconteceu na Tricolor Run, ativação da Under Armour, em 2017.
O Allianz Parque é um estádio especial na cidade de São Paulo. Pela sua localização privilegiada, ele consegue ser o menos dependente do futebol na capital paulista. Mas isso precisa ser urgentemente um ponto de diferenciação, e não um amuleto para atrasar a experiência do torcedor. Até porque é ele que faz com que a roda gire.