O anúncio feito pela Fórmula 1 de que não terá mais as “grid girls” pegou de surpresa o ambiente do automotor. Os sites especializados em automobilismo não esperavam essa notícia.
Tirar a F1 do mundinho fechado de Bernie Ecclestone é o primeiro grande desafio do grupo Liberty Media desde que assumiu o controle da categoria. Já ter o patrocínio da Heineken foi o primeiro grande passo dado. A decisão de agora é a segunda conquista.
O sucesso da Fórmula 1 nos anos 70 e 80 tem muito mais a ver com o estilo de vida propagado na época do que com o esporte em si. Viagens ao redor do mundo, carros possantes e mulheres bonitas eram o sonho de consumo do “macho alfa” que dominava o cenário socioeconômico daquela época.
Tivemos, no Brasil, o incremento de Fittipaldi, Piquet e Senna para turbinar ainda mais os possantes motores da Fórmula 1 ao longo desses anos.
Hoje, porém, viajar ao redor do mundo não é tão difícil. A força da mulher é completamente diferente na sociedade. E os carros possantes…
Esse é o maior dilema que a F1 terá de conviver a partir de agora. Ao redor do mundo, começa a cair o conceito de ter o carro como objeto de desejo.
O jovem da grande cidade vê num automóvel muito mais um vilão do que um sonho de consumo. Os países mais desenvolvidos criam regras para tentar brecar o carro com motor a combustão. Em outras palavras, o mundo em que a F1 nasceu e cresceu está chegando ao seu crepúsculo.
E como livrar-se desse fim?
O desafio da Liberty não é só sair do mundinho de Bernie, mas tentar ver um novo caminho para o esporte a motor. Uma dica preciosa seria olhar com carinho para a Fórmula E.