Em dezembro do ano passado, a Máquina do Esporte explicou que a Fifa via a China como uma verdadeira “salvadora da pátria” da Copa do Mundo da Rússia. O anúncio do acordo com a quinta empresa chinesa para ser patrocinadora do Mundial feito nesta quinta-feira (8) confirma ainda mais o que já estava bastante claro.
A parceria da vez foi feita com a Yadea, empresa de tecnologia especializada na produção de bicicletas, motocicletas e scooters movidas a energia elétrica. A Yadea se junta ao grupo especializado em laticínios e sorvetes Mengniu, ao conglomerado multimídia Wanda, à fabricante de eletrônicos Hisense e à Vivo, que não é a marca brasileira da espanhola Telefónica, mas uma marca chinesa que produz smartphones. É uma verdadeira “esquadra chinesa”.
“Estamos satisfeitos em receber a Yadea na nossa linha de patrocinadores regionais e ansiosos para trabalhar com eles para que possamos alcançar mais fãs de futebol em uma região tão importante para a Fifa. A Yadea pede aos jovens um estilo de vida mais sustentável, um aspecto que é extremamente importante para nós”, declarou o diretor comercial da Fifa, Philippe Le Floc’h.
A Yadea será o que se chama de patrocinadora regional, ou seja, asiática, da Copa do Mundo. Dessa forma, ela estará no mesmo patamar de Alfa-Bank e Sunseeker. Acima delas estão os patrocinadores específicos para a competição (Budweiser, Hisense, McDonald’s, Mengniu e Vivo). No degrau mais alto estão os parceiros oficiais da Fifa (Adidas, Coca-Cola, Gazprom, Hyundai/Kia Motors, Qatar Airways, Visa e Wanda).
Ao todo, por enquanto, são 15 patrocinadores, dos quais cinco, ou seja, um terço do total, são da China. A série de contratos com os chineses mostra a força financeira cada vez maior do país asiático, mas também a visão da Fifa, que enxerga nos grupos chineses verdadeiros “salvadores da pátria” depois de muitas marcas darem as costas para a entidade por conta dos escândalos de corrupção.
Além disso, os acordos dão margem a especulações de que a China estaria demonstrando cada vez mais interesse em sediar a edição da Copa do Mundo de 2026 ou a de 2030.
De acordo com o contrato com a Yadea, a empresa terá uma série de benefícios com a parceria, como exposição nos LEDs rotativos dos estádios, acesso a ingressos e direitos de associação de marca para o mercado asiático.
“É uma grande honra para a Yadea se juntar como apoiadora regional asiática da Copa do Mundo da Fifa. Sendo um dos eventos esportivos mais vistos do mundo, a Copa do Mundo se encaixa perfeitamente com a estratégia de internacionalização e posicionamento premium da Yadea. Nós faremos campanhas promocionais regionais em paralelo à Copa do Mundo da Fifa para que mais e mais pessoas possam ter acesso a bicicletas, motocicletas e scooters de alta qualidade e, assim, aproveitar uma vida mais verde”, concluiu o presidente do Yadea Technology Group, Liu Yeming.
A Fifa deve faturar cerca de 1,4 bilhão de euros com patrocínios na Copa do Mundo da Rússia neste ano. Apesar de alto à primeira vista, o valor é, na verdade, 8,2% menor do que foi no último Mundial, realizado no Brasil, em 2014. A principal causa é a corrupção, que fez com que o número de parceiros exclusivos para o torneio diminuísse e ainda levou a uma quase ausência de patrocinadores chamados de regionais.