A necessidade de curto prazo vai levar o futebol brasileiro para o buraco e gerar um atraso de décadas no que diz respeito à transmissão de sua maior competição. O acerto do Santos com a Globo é só mais uma amostra de que não se pensa coletivamente no país.
Em vez de se unir a Atlético-PR, Coritiba, Internacional e Palmeiras para negociar em bloco com a Globo, o Santos fez o negócio que foi melhor para ele, mas que poderia ser ainda mais valioso se houvesse uma barganha coletiva.
Na lógica de negociação dos clubes, o importante é olhar as cifras, e não trabalhar com os conceitos de longevidade e funcionalidade do produto.
Tal qual o time de Felipão nos 7 a 1, os dirigentes brasileiros estão desorientados dentro do campo de negociação de mídia. Os clubes pensam só com a necessidade de fluxo de caixa e não se organizam para colocar de pé um plano de transformação do Brasileirão em produto a ser vendido.
Enquanto o mundo todo olha como faturar mais dinheiro das ferramentas de streaming, o futebol no Brasil repete as ações que destruíram a competitividade e o produto nos campeonatos da Espanha e da Itália. Nos anos 90!!!
A revolução causada pelo streaming é fazer do esporte o dono da mídia. E, com isso, barganhar melhores acordos coletivamente. Do jeito que estamos caminhando no Brasil, pensar em ter uma TV do futebol nacional é tão improvável quanto o Íbis ser campeão.
Ao fatiar direitos por diferentes empresas, mas sem venda coletiva do torneio negociado, os clubes criam um nó que será difícil de desatar. Ou, ao menos, dará mais trabalho e renderá muito menos negócios para eles.
O futuro da mídia no futebol do Brasil é voltar 20 anos no tempo…