O crescimento do esporte como negócio tem colaborado para que, aos poucos, o Brasil consiga entender o alto valor que existe num acordo de permuta. Se, até pouco tempo, a troca de serviços era vista como uma alternativa para a falta de recursos em bancar uma viagem ou equipamentos para a disputa de uma competição, agora o cenário é um pouco distinto.
Mais bem preparado, o esporte vê na permuta a chance de incrementar o serviço que será oferecido ao torcedor. Mais do que uma ajuda para viabilizar a performance do atleta, a permuta valiosa é aquela que melhora a experiência de um consumidor dentro de um evento esportivo.
Dois bons exemplos foram ilustrados em reportagens recentes publicadas por nós. O acordo do Corinthians para melhorar a segurança em sua arena e a ação que o McDonald’s fará no Jogo das Estrelas do NBB são os típicos casos em que a permuta é mais valiosa do que dinheiro que possa ser investido.
Em mercados mais maduros, como o americano e o do futebol europeu, os gestores entenderam que a permuta é o recurso para alavancar o consumo do próprio torcedor. A mudança que ainda precisa acontecer no mercado brasileiro é essa. Quem vai financiar o esporte, mais do que os patrocinadores, são os torcedores. Eles que são os responsáveis por levar dinheiro para dentro de uma entidade esportiva.
A mudança desse pensamento é vital para que o esporte comece a mudar de patamar no mercado brasileiro. Em vez de olhar apenas para os atletas, é preciso pensar em como proporcionar uma melhor experiência ao torcedor.
O Movimento por um Futebol Melhor, que ajudou a turbinar os sócios-torcedores, a Copa do Mundo e as Olimpíadas abriram as portas para inicarmos a mudança. Resta saber quanto tempo o esporte vai demorar para atingir um novo patamar.