O futebol brasileiro é, hoje, refém de um modelo que ele próprio criou há quase uma década, quando entrou numa bolha inflacionária produzida pelo “milagre” da marolinha da crise econômica que acabou sendo turbinada pelos valores irreais baseados numa falsa perspectiva de crescimento do mercado por causa dos megaeventos.
O Brasil de 2009 era um país próspero como “nunca antes na história”. Éramos os resistentes à crise mundial. Éramos a capital do esporte na década que se aproximava. Éramos o país em que tudo parecia que iria decolar.
Prometíamos ser tanto, mas acabamos não sendo nada disso. E o que ficou foi um mercado completamente bagunçado de patrocínio esportivo.
O marketing no futebol era liderado pelo Corinthians de Ronaldo. O time que desafiou a lógica e repatriou um dos ícones do futebol mundial após mais de 15 anos na Europa. E que, para pagar essa conta, loteou a camisa de jogo sem qualquer critério de retorno e construção de marca.
Isso criou uma escalada enorme de preços no patrocínio ao futebol brasileiro, sem que o retorno sobre esse investimento conseguisse acompanhar.
O resultado foi, após quatro anos, uma fuga maciça de patrocinadores, assustados com os altos valores, com a crise batendo à porta e com a falta de perspectiva de Copa do Mundo e Jogos Olímpicos.
A solução foi fazer o que todo mundo faz quando está sem dinheiro. Ir atrás de um banco. E foi a partir daí que o único segmento com dinheiro à altura do que se pedia e com coragem de apostar no esporte foi o bancário.
O maior desafio agora é achar um novo segmento disposto a patrocinar. Para isso, é preciso voltar no tempo e relembrar o real valor do patrocínio.