Pedimos desculpas por usar um espaço que normalmente é dedicado à veiculação de notícias para ter de escrever sobre esse assunto. Mas não dá mais para os dirigentes maltratarem o futebol brasileiro como vimos neste último fim de semana de decisões estaduais.
Em vez de jogarem a favor do esporte e de seu negócio, cartolas cada vez mais furadas insistem em fazer o jogo dos torcedores, fomentando o sentimento “contra tudo e contra todos”, em que parece só haver um lado certo, que é o do próprio clube.
É vergonhosa a atitude tomada pelo Atlético-PR, um dos clubes mais vanguardistas do país. Imagine qual seria a reação se, em vez dele, a Globo abrisse o sinal de transmissão do duelo decisivo do Paranaense sem pagar para ter esse direito?
Já Maurício Galiotte, do Palmeiras, teve a típica atitude de quem não sabe aceitar uma derrota. Depois, de cabeça teoricamente mais fria, assinou uma carta em que disse tudo e, mais uma vez, não fez nada. Pregou conduta profissional da Federação Paulista, mas disse que não participará de nenhuma reunião que serve para definir exatamente esses tópicos que ele pede. Ou seja. Quer a solução, mas não quer sentar e participar do debate para chegar a ela. Será que o presidente aceitará reduzir a verba para jogar o Paulista em troca de ter implementado o sistema que pede?
Desde 2010, o futebol brasileiro regride uns 30 anos por seus dirigentes insistirem em jogar para a torcida em vez de jogar a favor do futebol.
Atitudes egoístas, discursos inflamados de ódio e eterna provocação ao adversário são atitudes corriqueiras dos cartolas e de boa parte da mídia.
O limite é próximo. Ou se joga para a torcida, ou para o futebol.