Com uma década de domínio de Messi e Cristiano Ronaldo, é salutar ao futebol de elite um rosto fresco. E ele parece chegar com Mo Salah, a estrela do Liverpool.
Há algumas razões para celebrar as citações recentes que indicam Salah entre os melhores do mundo. Primeiro, é a representatividade africana entre os grandes nomes do futebol. Do continente, apenas Weah conseguiu o posto máximo do prêmio da Fifa. Eto’o, mais recentemente, chegou a ficar entre os três primeiros.
Salah veio do mundo árabe e, apesar de ter começado a carreira na Itália, não há quem duvide de sua capacidade de ídolo local. Seu gol, nos últimos minutos do segundo tempo, colocou o Egito em uma Copa do Mundo após 28 anos. Nos braços de seus colegas, foi ovacionado por mais de 70 mil pessoas no Estádio Internacional do Cairo.
Além dos gols, Salah ganhou o apoio de seus conterrâneos pelas constantes doações a ações sociais. Seus milhões passam por escolinhas a compras de remédios. Uma imagem completamente distinta do que o futebol assumiu durante a Primavera Árabe, que cobriu o gramado de sangue.
Seu time, o Liverpool, pouco tem a ver com sua origem, mas também é significativo para o atual momento do futebol. O milionário futebol inglês tem tido dificuldade em torneios europeus, especialmente contra os líderes espanhóis e o líder alemão. Com investimentos gigantescos, era vexatório a falta de protagonismo inglês na Liga dos Campeões.
Salah, claro, pode ser um postulante apenas provisório ao topo dos melhores jogadores do mundo. Mas, dos candidatos recentes, ele é o mais interessante, mesmo sem o estrelismo de Cristiano Ronaldo ou a extroversão de Neymar.