Houve uma curiosidade nesta semana em Boston, nos Estados Unidos, que demonstra bem o apreço que o esporte americano tem pela própria imagem. Uma das ruas que cercam o Fenway Park, estádio do Red Sox, mudou de nome: um ex-presidente do time perdeu a homenagem que era mantida na cidade.
A Yawkey Way fazia referência a Tom Yawkey, dono do Red Sox por 44 temporadas. O empresário comprou o time em 1933, logo após a pior temporada da história da equipe. Seu antecessor ficou marcado por vender o jogador Babe Ruth ao New York Yankees, algo que até hoje pesa na história da agremiação.
O problema é que Yawkey foi um dos responsáveis pelo Red Sox ser um dos times mais conservadores da MLB. Sob seu comando, o clube nunca admitiu funcionários negros. E a equipe foi uma das últimas da liga americana a ter um atleta negro. O racismo se tornou outro peso que ronda a equipe americana.
Hoje, o Red Sox é comandado por John Henry, investidor que mantém no seu portfólio o mais importante jornal de Boston, “The Boston Globe”, além do Liverpool, finalista da Liga dos Campeões. Foi do executivo que partiu o pedido para a prefeitura da cidade alterar o nome da rua próxima ao Fenway Park.
Em declaração oficial, o time foi direto: “esse é um passo importante em nosso esforço contínuo para tornar o Fenway Park um lugar onde todos se sintam bem-vindos”.
Como poucas agremiações esportivas do mundo, o Red Sox valoriza ao extremo a sua história e suas tradições, inclusive com seu estádio do início do século XX. Mas em uma cidade de imigrantes e de clara maioria democrata, o time tem lutado para arrancar algumas raízes desagradáveis de sua formação.