A decisão da Caixa de abrir mão de expor a marca nas costas da camisa de alguns clubes patrocinados em troca da redução do valor pago aos clubes está começando a se mostrar um bom negócio para os dois lados da história.
Na última sexta-feira (4), Atlético-MG e Santos anunciaram novos patrocinadores em seus uniformes. America Net e Philco vão ocupar, respectivamente, a parte das costas da camisa dos dois alvinegros, exatamente a propriedade que a Caixa deixou vaga na renegociação do acordo deste ano (o Santos deve fechar em breve a renovação).
Segundo a Máquina do Esporte apurou, os novos acordos dos dois times giram em torno de R$ 250 mil mensais. O valor, somado aos R$ 10 milhões que a Caixa pagará por um ano de contrato, vai acabar ultrapassando o que era pago pela estatal no ano passado.
“Essa parceria com a America Net é muito importante para o clube por se tratar de uma grande empresa, moderna e em franca expansão. Com ela, alcançamos o preenchimento total dos espaços publicitários do uniforme para a temporada, o que é muito positivo”, afirmou o presidente do Atlético, Sérgio Sette Câmara, quando anunciou o novo patrocinador de uniforme.
O acerto mostra duas realidades do mercado atual.
A primeira é a dificuldade que os clubes têm tido em vender projetos que não tenham como objetivo principal a exposição de marca. Apenas quando eles ofereceram espaços de grande visibilidade que os patrocínios foram sacramentados.
O outro ponto de destaque é a queda no valor pago pelas empresas. Sem precisar ocupar o espaço mais nobre do uniforme, as marcas se contentam com valores mais baixos pelas costas da camisa. O caso mais claro disso é o do Corinthians, que desde o ano passado tem patrocinador na parte traseira da camisa, mas não consegue uma marca disposta a bancar o custo do máster.
O primeiro clube a adotar esse modelo foi o Flamengo, ainda em 2016. Em outubro daquele ano, o clube fechou até o final de dezembro de 2018 com a MRV Engenharia. O Flamengo foi o primeiro time a propor para a Caixa uma redução de exposição em troca do congelamento do valor pago pela estatal.
Agora, com outros clubes, o mercado começa a ter parceiros novos, reduzindo a dependência da Caixa e das demais instituições financeiras como principais investidoras do futebol brasileiro, posto que o segmento ocupa desde 2014, quando a estatal decidiu expandir o projeto de patrocínio na camisa dos clubes.