A chamada “era da distração”, como é chamado o momento atual por especialistas em neurociência, está fazendo com que a Copa do Mundo da Rússia seja considerada a mais multitelar da história. De acordo com análise da Nielsen Neuroscience, hoje em dia, um jovem chega a trocar de um tipo de tela para outro até 27 vezes por hora, o que torna os telespectadores mais dispersos do que nunca e cria um desafio para as marcas que é atrair a atenção deste público tão distraído.
O estudo faz uma comparação com os anos 2000, quando um americano, por exemplo, ficava 44 horas, em média, vendo televisão ou ouvindo rádio por semana. Em 2016, esse número já era bem maior, chegando a 65 horas semanais.
Em relação ao uso da televisão, as coisas até que não mudaram muito. De 30 horas, o número caiu para 27 horas. A questão, no entanto, é a quantidade de telas diferentes que surgiram nos últimos anos, o que fez com que houvesse uma grande transformação em como as pessoas, em especial os mais jovens, consumissem as plataformas à disposição.
Atualmente, os jovens nascidos depois de 1990 mudam de telas (televisão, smartphone, tablet, notebook, videogames, etc.) cerca de 27 horas por hora. O número impressiona, principalmente por ser bem próximo do que fazem as crianças de três anos (que chegam a trocar 33 vezes).
“A atenção é como se fosse um bolo. Posso ter que reparti-lo com mais pessoas, mas continua sendo um bolo só. Se aparecem mais pessoas na festa, elas vão ter que ficar com uma fatia menor”, explicou a diretora de Consumer Neuroscience da Nielsen Brasil, Janaína Brizante.
Com essa realidade, é cada vez mais comum ver marcas produzindo estratégias, campanhas e vídeos específicos para determinado tipo de plataforma. Além disso, existe todo um estudo para ver qual tela vale a pena focar, qual dará resultado concreto. Isso porque, muitas vezes, os públicos das plataformas não necessariamente são os mesmos e é preciso acertar em cheio para expor a marca o máximo possível.
A meta é sempre tentar entender o comportamento do consumidor multiplataforma. Errar pode significar um gasto de dinheiro à toa e sem o alcance do objetivo, além do fato de não conseguir fazer com a marca aquilo que se esperava, enquanto uma concorrente pode estar acertando em cheio e dando um passo à frente.