O Grupo Globo termina a Copa do Mundo como maior vencedor da competição dentro do mercado brasileiro. Nem tanto pelos altos índices de audiência obtidos com a transmissão praticamente exclusiva do Mundial, mas pelo fato de a Copa ter auxiliado a empresa a entrar de vez no conceito “todas as mídias” que precisa permear os grandes grupos de comunicação atualmente.
A Globo foi, como nunca, onipresente durante a Copa. Não só na TV (aberta e fechada) e na internet, territórios em que ela ocupa normalmente a liderança, mas principalmente nas redes sociais. E esse é o maior legado que fica da Rússia 2018.
O uso que alguns apresentadores, narradores e comentaristas fizeram das redes foi fundamental para dar ainda mais alcance àquilo que acontecia na televisão. Numa era multiconectada, um meio tem de servir para interagir com o outro e, assim, conseguir prender ao máximo a dispersa atenção do consumidor. Não é mais TV, internet ou rede social. É tudo junto. E tem de ser.
Pouco antes de a Copa começar, a Globo divulgou um manual de regras para uso das redes sociais por seus funcionários, que foi bastante criticado por alguns por ter regras rígidas de conduta. Mais do que cercear a livre opinião daqueles que trabalham para ela, o objetivo é claramente criar um “padrão Globo” de uso dessas plataformas para conseguir ampliar o alcance daquilo que ela faz nas mídias tradicionais e levar as pessoas até a emissora.
Esse trabalho feito no meio digital talvez ajude a explicar o sucesso de audiência da Copa do Mundo. Os profissionais da Globo mostravam os bastidores da emissora ou de suas vidas em seus perfis. Os demais veículos reproduziam isso e, naturalmente, aumentava o interesse das pessoas em acompanhar a programação na televisão.
No final das contas, o ótimo desempenho da Globo na Copa mostra que o maior sucesso virá, cada vez mais, de uma estratégia que envolva todas as plataformas para apresentar um produto, com um tipo de comunicação específico para cada meio e convergindo para um único canal. E esse conceito não vale só para empresa de mídia.
Alto investimento em tecnologia e pessoal, trabalho de comunicação completo em diferentes mídias e, logicamente, a força dos meios tradicionais de informação. O segredo do sucesso da Globo nesta Copa do Mundo foi saber trabalhar bem todas essas plataformas e assumir que cada meio ajuda o outro a ter relevância.
Só assim é possível conseguir ter o máximo de atenção das pessoas.