O Arsenal anunciou nesta terça-feira (7) o fechamento do clube para outros investidores, depois que o bilionário americano Stanley Kroenke, por meio de sua empresa de investimentos KSE, comprou os 30% das ações que pertenciam ao russo Alisher Usmanov por US$ 712 milhões (cerca de R$ 2,4 bilhões).
O acordo entre os dois bilionários coloca fim a uma disputa que já dura quase uma década entre ambos pelo controle do clube. Durante os últimos anos, Kroenke e Usmanov disputavam para ter maior poder de decisão sobre o futuro do clube, que neste ano demitiu o técnico Arsene Wenger após 22 anos no comando do time, numa mostra de maior poder do americano.
A medida foi criticada pela Associação de Torcedores do Arsenal, fundo que representa os sócios minoritários do clube. Em nota, a associação disse que “Stanley Kroenke tornar o clube privado fará com que os fãs deixem de dar suas valorosas contribuições”. Como agora tem o poder de tomar todas as decisões, a KSE não precisa realizar encontros anuais com os investidores para falar sobre a gestão do Arsenal.
O negócio também pegou de surpresa o mercado inglês. No ano passado, o bilionário russo Alisher Usmanov chegou a oferecer 1 bilhão de libras (R$ 5 bilhões) para comprar a parte de Kroenke no Arsenal. A oferta foi rejeitada e, em contrapartida, o americano ofereceu 525 milhões de libras pela parte do russo, que na época rejeitou dizendo:
“Eu sempre fui e continuarei sendo um ardoroso torcedor do Arsenal. Eu vejo que os 30% das ações do clube que possuo são importantes para proteger os maiores interesses dos torcedores do Arsenal”.
Agora, menos de um ano depois de mais uma desavença pública entre ele e Kroenke, o investidor russo aceitou uma proposta 50 milhões de libras mais cara para vender sua parte no negócio.
Em comunicado, a KSE, que detém outras equipes esportivas, como o Denver Nuggets, da NBA, afirmou que a compra permitirá à empresa ter mais poder de decisão sobre o futuro do Arsenal do que tinha antes.
O negócio envolvendo o Arsenal e Kroenke é similar ao que a família Glazer fez em 2005 no Manchester United, o primeiro clube europeu a ser comprado por um fundo de investimentos americano. Na ocasião, os Glazer foram duramente criticados por não dar mais ao torcedor a chance de atuar ao lado do clube.