Nos últimos meses, o Corinthians ganhou protagonismo ao levantar a bandeira de respeito às mulheres no ambiente do futebol. O clube lançou a campanha “Respeita as Minas” e criou até uma linha de roupas com esse mote. Além disso, nesta terça-feira (7), publicou um manifesto em seus canais digitais celebrando os 12 anos de promulgação da Lei Maria da Penha.
Foto: Divulgação / Corinthians
Tudo ia muito bem até, de noite, o Sport anunciar um acerto para o empréstimo ao clube paulista do atacante Juninho, de 19 anos. O problema não era técnico, apesar de o atleta, que estava emprestado ao Ceará, ter sido devolvido ao clube pernambucano por baixo rendimento. Em novembro de 2017, Juninho foi indiciado por violência doméstica, injúria e ameaça a uma ex-namorada.
O processo ainda corre na Justiça pernambucana, porém o fato de o atleta estar envolvido nessa polêmica fez com que a torcida corintiana rapidamente começasse a criticar a possível contratação do jogador nas redes sociais, acusando o clube de ser hipócrita ao tratar do tema de violência à mulher, mas contratar o jogador.
A expressão #JuninhoNoCorinthiansNão chegou a ser um dos assuntos mais comentados do Twitter. Durante a noite de ontem, o Corinthians não havia oficializado a contratação de Juninho. Segundo apurou a Máquina do Esporte, a contratação do atleta foi tomada exclusivamente pelo departamento de futebol, sem ter sido feita qualquer consulta ao marketing, que foi mentor do “Respeita as Minas”.
Com a péssima repercussão nas redes sociais, a tendência é de que o contrato não seja concretizado, ou de que Juninho seja colocado na “geladeira”. Até agora, o Corinthians não se pronunciou sobre o acontecimento. Segundo a nota divulgada pelo Sport oficializando a saída do atleta, o clube paulista fez um empréstimo até o final de 2019, tendo a opção de compra do jogador após esse período.
Em maio, o Corinthians já havia tido problema de repercussão negativa de uma atitude tomada que foi considerada machista. Na época, o clube teve de pedir desculpas por fazer uma brincadeira usando a expressão #RespeitaAsMinas com Leila Pereira, dona da Crefisa, principal patrocinadora do grande rival Palmeiras.
“Em respeito ao lugar de fala das mulheres que se manifestaram, o clube pede desculpas àqueles e àquelas que tenham se ofendido e reitera seu compromisso com essa luta que é de todos”, dizia parte da nota publicada pelo clube em maio.