Se a edição de 2019 do Campeonato Brasileiro já estava rachada na questão dos direitos de transmissão, agora o impasse envolve também a venda dos direitos de exploração das placas de publicidade estática dos estádios.
Duas propostas distintas, ambas envolvendo empresas de origem duvidosa, têm dividido os clubes. Até agora, 11 entidades assinaram um acordo com a obscura BR News Media, que mudou o nome fantasia para BR Foot no negócio envolvendo a venda dos direitos comerciais do Brasileirão. Representada pela empresária do ramo de mineiração Patricia Coelho, a empresa promete investir R$ 550 milhões por quatro anos de contrato. Ex-conselheira de Eike Batista, ela chegou a anunciar a compra da revista Placar da editora Abril no começo do ano, mas o negócio já deu para trás.
Foto: Reprodução / Twitter (@Palmeiras)
A outra proposta, que balança Atlético-PR, Corinthians, Cruzeiro e Flamengo, é de um fundo de investimentos estrangeiro, chamado Optimal Capital Partners. Ele ofereceu US$ 200 milhões, pagos à vista, pelo direito de explorar, por dez anos, a publicidade estática dos estádios durante os jogos da Série A do Brasileiro. Segundo a agência Bloomberg, a companhia, fundada em 2004, atua no mercado de financiamento de imóveis nos Estados Unidos, sem ter qualquer relação no esporte.
As duas propostas têm gerado um racha com os clubes. A BR Foot já possui o contrato com 11 times, sendo que alguns deles estudam mudar para a proposta do fundo estrangeiro. Na semana passada, uma reunião em Brasília, que contou também com os representantes dos times que jogam a Série B nacional, terminou em impasse. Os clubes marcaram para o próximo dia 28 um novo encontro.
Segundo apurou a Máquina do Esporte, a proposta vinda do exterior começou a balançar os clubes que estão com problemas no fluxo de caixa. Logicamente o pagamento em dólar é visto como uma chance de aliviar as finanças no curto prazo. Atualmente, US$ 200 milhões representam quase R$ 800 milhões. O problema é que o prazo de dez anos de contrato assusta outra parte das equipes, que não acham vantajoso assinar um acordo tão longo, maior do que o assinado com a TV.
No ano que vem, pela primeira vez, os clubes serão os responsáveis pela venda das placas de publicidade após quase três décadas. O direito foi repassado a eles pela Globo, que pelo fato de ter de dividir com o Esporte Interativo os direitos da competição, decidiu que não mais comercializaria essa propriedade já a partir de 2018.