Um time de ex-jogadores do Barcelona contra uma seleção local, em um dos estádios da Copa do Mundo. Um evento que poderia mostrar uma clara evolução no esporte brasileiro na criação e gestão de eventos, mas que termina de uma maneira melancólica. Aparentemente, a conta não fechou.
Um incidente do tipo, claro, pode acontecer em qualquer mercado. Mas é a recorrência no esporte onde mora o problema. Especialmente no futebol, casos como esse têm sido comuns, com venda de mandos de campo em que o clube fica a ver navios. Isso, claro, sem considerar o festival de calotes que marcas desconhecidas dão a times em patrocínios que nunca saem do papel.
O evento de Pernambuco atraiu mídia e uma série de marcas. Centauro, Topper, LG entre outras, aparecem no site do evento. Sem dúvida, não imaginavam que um encontro envolvendo o Barcelona pudesse terminar em problema.
Cada vez que algo do tipo acontece, o mercado esportivo em geral dá um passo para trás. Um caso como esse faz do esporte um terreno ainda mais hostil do que ele já é. Marcas, em geral, têm um enorme receio de que a aposta nessa plataforma de comunicação se torne uma fonte de crise. Logo, preferem qualquer outro segmento que ofereça menor risco.
Para as agências que realizam eventos no Brasil, o cenário é ainda pior. Existem uma série de empresas sérias que penam para conseguir novos contratos. Quando outro grupo comete um erro, o problema é espalhado a todos os agentes do mercado esportivo.
O que fica é a dúvida: por que esses casos se repetem com tanta frequência? A resposta vai além de uma possível má-fé. Ela costuma cair para a falta de experiência de algumas dessas agências que estão no mercado. Por um lado, falta fôlego financeiro para o momento em que as coisas não saem como o esperado. Por outro, o planejamento costuma sair distante do que era previamente esperado.
Um dos erros mais comuns está na precificação de ingressos. Mesmo entre clubes de futebol, são poucos os que têm um estudo consistente sobre as melhores possibilidades. Normalmente, o que se vê em grandes eventos são os valores lá no alto, com arquibancadas vazias, em uma clara falta de noção da realidade.
Esse foi um dos problemas do Barcelona Legends, com tíquete mínimo a R$ 80 e menos da metade da capacidade da Arena Pernambuco preenchida.