Quais as competições que têm mais apelo midiático no esporte brasileiro na atualidade? Muito provavelmente pensamos na Copa do Brasil e no NBB, a liga nacional de basquete, para responder a essa pergunta. Mas o que essas duas competições têm em comum que levam a pensarmos nelas?
Tanto a Copa do Brasil quanto o NBB são torneios que possuem um “dono”.
No torneio de futebol, a CBF repassou à Klefer a gestão comercial da competição e, com isso, atua apenas como uma espécie de supervisora do torneio. A função da entidade é basicamente ajustar calendário e negociar os direitos de transmissão. À agência, cabe o papel de ir ao mercado em busca de parceiros comerciais e dessa forma aumentar a receita, que também precisa ser reinvestida na competição.
No caso do NBB, os clubes que participam da liga se uniram, deixaram de lado a Confederação Brasileira de Basquete e passaram a ser donos de seu próprio destino. Agora, dez anos depois, o NBB começa a colher os frutos de uma boa gestão independente, após quase ir à falência.
Os dois casos mostram com clareza que, para ter sucesso no esporte, é preciso existir um bom controle sobre o negócio que envolve uma competição.
Sem uma equipe dedicada exclusivamente a pensar em todos os detalhes de um evento, muito provavelmente o torneio perde o foco na gestão do que mais precisa, que é ser uma competição atraente.
É muito simplório creditar o sucesso da Copa do Brasil, por exemplo, ao formato de disputa da competição, a única de caráter nacional que é toda em mata-mata. Da mesma forma, é errado achar que o NBB só deu certo após a NBA se associar a ele.
Sem dúvida que esses são alguns dos ingredientes que levam ao sucesso dessas competições. Mas não são nem os principais causadores dessa realidade.
Leia Mais: Com “dono”, Copa do Brasil reforça marca e cria até loja
É só comparar a Copa do Brasil com o Brasileirão para ver a diferença que faz não ter um controle sobre a gestão. Teoricamente, a CBF é dona do Brasileiro, mas cabe aos clubes vender, individualmente, suas propriedades comerciais. O resultado? Cada um corre para um lado e, no final, temos uma competição ok, mas longe de ser ótima.
Para ter sucesso comercial, o esporte precisa ter uma equipe dedicada a pensar exclusivamente naquela competição. Só assim será possível investir em melhorias no produto e, consequentemente, torná-lo mais agradável para torcedores, imprensa e patrocinadores. A Copa do Brasil e o NBB estão aí para provar essa realidade.