O Campeonato Brasileiro está em sua reta final, em um momento em que a média de público costuma subir. Por isso, já há uma certa segurança em dizer que o torneio deste ano será aquele com mais torcedores nos estádios, em média, desde 1988. Serão mais de 18 mil pessoas por partida.
Há mais de uma explicação para o fato, que inclui a alta competitividade no torneio deste ano, assim como a briga direta pelo título de três das cinco maiores torcidas do país. Mas há um detalhe que merece destaque: os clubes, inclusive as grandes equipes, têm aprendido a flexibilizar o valor do ingresso para os jogos, o que pode ser visto em diversas promoções realizadas ao longo da temporada.
O melhor exemplo é o Flamengo, líder na média de público do torneio, com mais de 46 mil pessoas por partida. O clube, que nos anos anteriores se acostumou a cobrar alto pelos ingressos, tem baixado a pedida. Para a reta final, por exemplo, a diretoria rubro-negra fez pacote para duelos contra Palmeiras, Santos e Grêmio de R$ 35. Ou seja, ingressos a menos de R$ 12 para cada evento no Maracanã.
Como mandante, o maior público do Flamengo no atual Brasileirão foi contra o Internacional, com 55 mil pagantes. Na época, o clube fez outra promoção, e o tíquete médio da partida ficou em R$ 25, com renda de quase R$ 1,5 milhão.
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Segunda maior torcida do Brasil, o Corinthians tem seguido caminho semelhante e já anunciou promoção para o jogo contra o Bahia. No duelo contra o Flamengo, derrubou os preços e teve recorde de público no Brasileirão. O jogo com quase 42 mil pagantes na sexta à noite teve tíquete médio de R$ 33, raridade em Itaquera.
Neste ano, a segunda maior média do Brasileirão está com o São Paulo, uma “meia-exceção” nessa história. Especificamente neste ano, o clube não tem feito promoções significativas, mas isso é fruto da estratégia dos anos anteriores. Na verdade, o clube se acostumou a colocar ingressos baixos nas últimas temporadas, com êxito. Neste ano, o tíquete médio do time é de R$ 36, consideravelmente abaixo de seus rivais paulistanos. O clube ficará com média de 40 mil pessoas.
Exceção mesmo é o Palmeiras, o terceiro na lista de melhores médias de público do Brasileirão. O clube paulista mantém tíquete médio elevado, precisamente em R$ 59, o mais alto do torneio com sobras. Por outro lado, mesmo com uma campanha quase perfeita e a equipe na liderança do campeonato, o time tem dificuldades em lotar o Allianz Parque; apenas três partidas passaram das 33 mil pessoas.