O Brasil vive um momento curioso frente ao futebol europeu. Se por um lado o Velho Continente tem se distanciado da televisão, com as ligas italiana e francesa longe das emissoras nacionais, o mercado brasileiro tem sido constantemente valorizado. A Europa tem elevado o peso do país.
Somente nesta semana, dois exemplos foram dados desse carinho dos agentes esportivos da Europa com o público brasileiro. A Bundesliga, a liga alemã, lançou mais uma vez campanha focada no país. Com a presença do ex-jogador Zé Roberto, a entidade exibiu um vídeo chamado “Futebol como deve ser”, que exalta a paixão da criança pelo esporte. O filme antecede o “Bundesliga Experience”, uma série de ações do torneio no Rio de Janeiro, com a presença de ex-atletas e atrações relacionadas ao futebol, inclusive com transmissão de jogos ao vivo.
Também nesta semana, o Paris Saint-Germain anunciou a primeira edição da “Academy Cup” do clube no Brasil, com apresentação da Universal Orlando Resort. O projeto, que acontecerá entre outubro e novembro, envolverá 700 jovens de escolinhas do clube espelhadas pelo país. A final da ativação francesa acontecerá no Maracanã, com a presença dos ex-jogadores Raí e Maxwell.
Essa, por sinal, não é a primeira vez que o PSG tem o mercado brasileiro como foco. Na temporada passada, o time chegou até a lançar camisa amarela em homenagem à seleção brasileira e aos atletas do país que atuaram no clube.
As ações da Bundesliga e do PSG reforçam o discurso da Uefa. No fim de agosto, durante a apresentação oficial do Santander como patrocinador da Liga dos Campeões da Europa, o diretor de marketing da entidade, Guy-Laurent Epstein, citou o país algumas vezes em coletiva de imprensa. O dirigente ressaltou que o mercado brasileiro apresenta uma das melhores audiências do torneio. E o próprio Santander exaltou a disputa como ferramenta de ativação em outros continentes, com ênfase às possibilidades de ações no Brasil.
O Santander não é exceção. Nos últimos anos, patrocinadores como a Nissan e a Heineken têm usado o aporte à Liga para fazer ativações no Brasil. Outras ligas também usam seus parceiros comerciais para expandir os negócios no país. Foi o caso da Premier League, a liga inglesa, no ano passado. Com a ESPN, a organização britânica levou a taça do torneio para o Museu do Futebol, em São Paulo. O objetivo, claro, foi promover a competição em mercado nacional.