A cinco rodadas para o fim, a Série B do Campeonato Brasileiro poderá ser interrompida. Segundo divulgado pelo portal “UOL”, ao menos quatro equipes confirmam a possibilidade de parar o torneio em protesto à suspensão de pagamentos mensais referentes aos direitos de transmissão do torneio.
O problema ocorre porque não houve um acerto entre a CBF, a Globo e o Coritiba em relação à assinatura do contrato para a Série B para os próximos anos. O time paranaense, que disputa uma vaga de volta à elite do futebol, recebe uma cota mais alta do que a de seus rivais, graças ao fato de o ano passado ter disputado a Série A. Como no ano que vem, se voltar à elite, o clube teria contrato com o Grupo Turner, ele se recusou a assinar o acordo.
O imbróglio é que, diferentemente da Série A, em que as emissoras negociam individualmente os direitos, para a Segunda Divisão o acordo é da Globo com a CBF. E, em 2015, a emissora refez o contrato para o período de 2018 a 2022, sendo que a entidade quer, agora, a adesão a ele dos clubes que estão atualmente na Série B pelo período completo. Sem essa adesão, A CBF não consegue ter a garantia necessária no contrato para continuar a receber os pagamentos da Globo referentes a ele.
Segundo apurou a Máquina do Esporte, a Globo está fazendo valer no contrato uma cláusula que prevê o desconto dos pagamentos caso todos os clubes não tenham aderido ao contrato. Assim, parou de repassar à CBF o valor pago pelos direitos.
Assim, a CBF também não fez o pagamento aos clubes. O Coritiba segue irredutível em sua posição. Para a diretoria do time, o contrato com a Turner impediria um acordo para além da atual temporada. A equipe ainda tem chances de disputar a Série A em 2019, o que mudaria sua condição na televisão fechada.
Do seu lado, a Globo também usa o contrato com a CBF para não realizar os repasses. Assim, a situação chegou ao limite. Os clubes tentam convencer uma das duas partes a aceitar as condições contratuais. Ou o Coritiba adere à proposta de assinar até 2022, mesmo que não dispute a Série B, ou a Globo aceita a assinatura até 2018 apenas.
Por enquanto, a situação está travada. A CBF confirma o imbróglio e diz estar acompanhando a evolução do tema. A Globo diz que tem cumprido integralmente seu contrato. Já o Coritiba afirmou que assinou no fim de setembro um “termo aderindo ao contrato coletivo apenas para 2018, documento que não foi aceito pela Globo para viabilizar o repasse à CBF e clubes”.
Sem uma definição, o Brasileirão da Série B corre o risco de, em sua reta final, ser boicotado pelos próprios clubes.