O encerramento do 1o Fórum Máquina do Esporte teve um debate sobre Esporte e Entretenimento. Mediado por Erich Beting, CEO da Máquina do Esporte, o painel contou com a participação de Pedro Daniel, da consultoria Ernst & Young, e Álvaro Cotta, gerente comercial e de marketing da Liga Nacional de Basquete (LNB).
Pedro Daniel comentou sobre a mudança de consumo do esporte nos últimos 30 anos, primeiro com a TV fechada e, depois e principalmente, com as redes sociais. Destacou que, atualmente, há todo um consumo indireto, por meio de games, por exemplo. E isso faz com que o esporte e o entretenimento se aproximem cada vez mais.
Álvaro Cotta concordou, mas também fez questão de citar alguns obstáculos que ainda são encontrados pelo esporte no país. Para o executivo, ainda é difícil querer transformar o esporte em entretenimento po alguns motivos, entre eles a falta de ginásios que consigam abrigar eventos de grande porte. O Jogo das Estrelas do Novo Basquete Brasil (NBB), por exemplo, não será em São Paulo em 2019 porque o único grande ginásio da maior cidade do país, o Ibirapuera, não tem data disponível. E não há outra opção.
Álvaro ainda aproveitou para fazer uma analogia.
“Por que as pessoas gostam de ir a shoppings? É um lugar em que a pessoa se sente segura, feliz, tem opções, come bem, vai ao cinema. Nós temos que trazer isso para o esporte cada vez mais. O NBB tem tentado. Como é na NBA, começamos a vender aqueles ingressos de quem fica a um passo da quadra. Ninguém acreditava que daria certo no Brasil. Mas criamos regras, e está dando certo. O torcedor que senta ali não pode gritar um palavrão, por exemplo. Se fizer isso, é retirado. É uma coisa educacional que requer tempo, mas é possível fazer. E isso ajuda o esporte a virar entretenimento”, explicou o executivo.
Álvaro ainda deixou claro que o NBB tem algumas características que poderiam ser seguidas por todos os esportes no país, em especial o futebol. Primeiro, o pensamento coletivo à frente do individual (ninguém tem vantagem em cima de ninguém nos bastidores) e o pensamento a longo prazo (se a equipe não comprovar certas regras de governança, não joga a competição, seja qual equipe for).
“A curto prazo, isso cria até uma certa tristeza. Brasília, tricampeã do torneio, não jogou a última edição porque não cumpriu as regras. É triste, claro que é. Mas, a longo prazo, isso gera um desenvolvimento, uma melhoria no esporte que é essencial para que se transforme cada vez mais em um entretenimento para todos. Profissionalização de gestão e gestão do produto são imprescindíveis”, afirmou o executivo.
“Você tirar uma equipe dessa forma não é uma punição. É um incentivo. Lá na frente isso será visto como uma atitude positiva e vai levar o esporte a um patamar de desenvolvimento ainda maior, o que vai ser importante para todos da indústria esportiva em geral”, concluiu Pedro Daniel.