O Atlético Paranaense entrará em campo nesta quarta-feira (5), contra o Junior Barranquilla, da Colômbia, pelo jogo de ida da final da Copa Sul-Americana. Para vencer o torneio, o time brasileiro já possui um pré-requisito para levantar taças que se tornou obrigatório no país: uma arena moderna.
Desde 2013, ano da Copa das Confederações em que explodiu o número de novos estádios no Brasil, apenas times que jogam em arenas modernas têm vencido campeonatos nacionais e internacionais. Faz seis anos que o país não vê um time campeão em uma estrutura simples de jogo, sem o “padrão Fifa”.
Em 2018, Palmeiras foi campeão no Allianz Parque. Foto: Reprodução / Twitter (@Palmeiras)
Pelo Campeonato Brasileiro, Cruzeiro, Corinthians e Palmeiras dominaram o cenário esportivo desde então, sempre no novo Mineirão, na Arena Corinthians e no Allianz Parque, como aconteceu neste ano. Na Copa do Brasil, a mesma coisa. Flamengo, no novo Maracanã, Atlético Mineiro, também no Mineirão, e Grêmio, em sua moderna arena, completam a lista. Os mineiros e os gaúchos também conquistaram a Conmebol Libertadores no período.
Houve uma única exceção, mas em um caso particular. A Chapecoense venceu a Sul-Americana de 2016, mas o título ocorreu após o trágico acidente aéreo com a equipe na Colômbia. A final jamais chegou a ser disputada de fato.
Há dois claros fatores que impulsionam o sucesso esportivo das arenas. O primeiro está em campo, com melhor estrutura, mais público e arquibancadas próximas. O segundo é financeiro. O Atlético Paranaense, por exemplo, abriu distância no faturamento do rival Coritiba apenas em 2014; em 2013, o time alviverde arrecadou mais. Na temporada 2017, a diferença foi de R$ 40 milhões para os rubro-negros.
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Atualmente, dos dez maiores faturamentos do Brasil, oito são de times que atuam em novas arenas. O Vasco do histórico São Januário se tornou um caso simbólico. Segundo levantamento da Datafolha de 2014, a equipe tem a quinta maior torcida do Brasil. Mas, em faturamento, fica apenas na 12ª posição entre os brasileiros.
Entre os mais ricos, o São Paulo é o ponto fora da curva. O time paulista teve o terceiro maior faturamento do país em 2017 e possui a quarta maior média de público, com quase 30 mil pessoas por partida e uma renda superior a R$ 30 milhões no Morumbi. Esportivamente, no entanto, o time tem ficado atrás de seus principais rivais. O último título da equipe do Morumbi foi a Copa Sul-Americana em 2012, o último ano de triunfos dos velhos estádios brasileiros.