O novo Governo Federal, que foi empossado nesta terça-feira (1), deverá representar um desafio para o esporte brasileiro. Os investimentos públicos no segmento deverão ser cessados, seja em políticas de apoio federal ou em patrocínio de empresas estatais, especialmente em relação à Caixa.
Os cortes nos esportes, por sinal, foram uma das últimas medidas do mandato tampão do agora ex-presidente Michel Temer. Na semana final de 2018, o Governo Federal publicou a lista com os contemplados pelo Bolsa Atleta no próximo ano. A verba destinada ao programa caiu pela metade. As principais vítimas foram os mais jovens, das categorias “estudantil” e “base”; os ganhos foram mantidos aos nomes de elite.
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil
A maior apreensão do mercado esportivo para o próximo ano, no entanto, está nos investimentos da Caixa. A verba de publicidade e patrocínio da empresa foi criticada publicamente pelo agora presidente Jair Bolsonaro e deverá sofrer cortes nos próximos anos. No fim de 2018, o presidente do Cruzeiro, Wagner Pires, chegou a declarar que havia sido avisado que a companhia não ficaria no futebol.
Atualmente, a Caixa é a maior patrocinadora do futebol brasileiro. Somente na Série A, foram 12 equipes com o aporte do banco estatal. Mas essa não seria a única modalidade que sofreria com os cortes; a companhia é também uma das principais investidoras do mercado de corrida de rua no Brasil.
LEIA MAIS: Em 2019, futebol terá de pensar fora da Caixa
Outra ponta que gera dúvida no futuro do mercado esportivo do país está na extinção do Ministério do Esporte. Criado no Governo Fernando Henrique Cardoso, a pasta mantinha foco em inclusão social e em desenvolvimento do alto rendimento. Com Lula, a entidade ganhou maior peso graças à criação da Lei de Incentivo ao Esporte. E está justamente na medida a maior incerteza na área. Em novembro, o então Ministro do Esporte, Leandro Cruz, questionou a capacidade do governo em administrar os projetos sem uma estrutura dedicada. Ao longo de sua existência, a Lei movimentou mais de R$ 2 bilhões nos mais diversos projetos.
LEIA MAIS: Análise: Esporte tem diversos braços para o Estado
A promessa do atual governo é não reduzir a verba destinada ao Ministério do Esporte, mesmo na condição de secretaria do agora Ministério da Cidadania. Mas a própria manutenção já significaria uma queda acentuada. Em 2015, último ano cheio do Governo Dilma, a pasta mantinha um orçamento de quase R$ 4 bilhões. Em 2018, pós-Jogos Olímpicos e já com Michel Temer, o valor caiu para menos da metade: foram R$ 1,5 bilhão destinados ao braço esportivo do governo.