Menos de um mês após o cancelamento do Rali Dacar, um anúncio da empresa portuguesa de telefonia móvel TMN, supostamente inspirado na falta de segurança que motivou a suspensão da prova, tem causado polêmica na Europa. O vídeo mostra o piloto Carlos Sousa, patrocinado pela marca, sendo atacado por vários tuaregues (grupo étnico da região do Sahara) montados em cavalos, em pleno deserto, com ar ameaçador. A referência, segundo a TMN, é apenas uma coincidência. “A campanha foi pensada e a produção foi feita antes de suspeitarmos sequer que o rali ia ser suspenso. Foi uma coincidência”, afirmou Filipa Nascimento, diretora de marketing da empresa, à agência “Lusa”. Idealizado pela agência TBWA, o anúncio foi classificado como sendo “de mau-gosto” por aficionados pelo esporte no país. Apesar das reclamações, a empresa se diz tranqüila com a repercussão negativa gerada pelo vídeo e afirma que Sousa estava ciente do conteúdo da campanha. “O lançamento desta campanha foi uma decisão muito ponderada, tendo sido pensados os prós e os contras”, destacou Filipa. “As vantagens sobrepuseram-se aos riscos que podíamos correr”, completou a diretora de marketing, lembrando que a intenção era levar o filme para o lado cômico. A edição 2008 do Rali Dacar foi suspensa na véspera da largada, em janeiro. Os organizadores alegaram que a etapa programada para a Maurit”nia, localizada na África Central, não oferecia segurança aos competidores, já que a região sofria com uma série de atentados terroristas.