Exaltada no mercado pela campanha em que pede a igualdade de gêneros no esporte por meio da tenista Serena Williams, a Nike enfrenta uma crise nos Estados Unidos depois de um vídeo publicado pelo New York Times com a atleta olímpica Alysia Montaño. Nele, ela acusa a empresa de ter suspendido seu contrato quando disse a executivos da marca que estava grávida, em 2014.
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O vídeo, publicado no canal do Times no YouTube, ironiza a campanha “Dream Crazy”, lançada há alguns meses pela Nike e que defende mais direitos às mulheres. Nele, Alysia afirma que a companhia decidiu parar com o patrocínio durante sua gravidez. Ela, então, fechou um contrato com a Asics e passou a correr grávida.
A denúncia foi feita logo após a Nike lançar uma nova campanha, no Dia das Mães, em que valoriza a prática esportiva das mulheres. Com a repercussão do caso, a companhia se posicionou e confirmou que realmente não tinha uma política de proteção às mulheres grávidas no passado. Mas, segundo a marca, desde 2018 existe uma cláusula defendendo a mulher grávida. Essa foi a época em que Serena Williams, maior garota-propaganda da Nike, estava esperando uma filha.
“Reconhecemos que havia uma inconsistência em nossa abordagem em torno de diferentes esportes e, em 2018, padronizamos nossa abordagem em todos os esportes, de modo que nenhuma atleta feminina seja penalizada financeiramente pela gravidez”, afirmou a Nike, em comunicado divulgado ao New York Times.
O NYT, porém, obteve um contrato de atletismo datado de 2019 que ainda permite à Nike reduzir “por qualquer razão” o que paga ao atleta se ele não atingir a meta de desempenho. A gravidez ou a amamentação não estariam “protegidas”.