A estreia do Brasil contra a Bolívia na Copa América na última sexta-feira (14) resultou numa frustração em termos de público presente no estádio, mas num estrondoso sucesso de arrecadação. O jogo no Estádio do Morumbi contou com 46.342 torcedores, quase 20 mil a menos do que o esperado pela organização. Mas a renda bruta da partida chegou a exorbitantes R$ 22,5 milhões, a maior já registrada no futebol brasileiro.
A arrecadação histórica, porém, contrasta com o estádio com lugares vazios. E mostra algo que deve ser recorrente na atual Copa América, se a organização não rever a política de preços cobrados pelos ingressos. O primeiro final de semana da competição teve cinco jogos e uma receita total de cerca de R$ 38 milhões em bilheteria. Mas os estádios não passaram de 70% de ocupação nas partidas de Brasil e de Argentina, e não chegaram nem a 25% nos demais jogos.
Imagem mostra espaços vazios nas arquibancadas da Arena Fonte Nova para Argentina x Colômbia (Foto: Reprodução)
O duelo entre Venezuela x Peru na Arena do Grêmio, por exemplo, teve apenas 13 mil torcedores, similar ao de Uruguai x Equador, no Mineirão. Os dois jogos, porém, geraram receitas altíssimas. Foram cerca de R$ 2,4 milhões no duelo no Sul do país, enquanto outros R$ 1,5 milhão foram arrecadados em Minas Gerais. Nesta temporada, apenas uma partida em cada um dos estádios gerou mais receita.
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Seguindo essa lógica de arrecadação, a Copa América será um sucesso. Mas longe da realidade do país. O Campeonato Brasileiro até agora conseguiu arrecadar R$ 58 milhões em bilheteria em 89 jogos, média de R$ 651 mil por partida.