Após assinar o contrato de direitos de TV aberta e pay-per-view com a Globo, numa negociação que se arrastou por meses, o presidente do Palmeiras, Maurício Galiotte, passou a liderar uma nova conversa. O dirigente está tentando, agora, provocar uma espécie de união entre os clubes para que assuntos de interesse comum comecem a ter um fórum para discussão.
“Temos de debater diversos temas. Não apenas o contrato de televisão, mas vários outros assuntos que são de interesse de todos. Você falou em uma liga, não precisa ser dessa forma, mas precisa existir uma união”, afirmou Galiotte, durante a gravação do programa “Grande Círculo”, do SporTV, que irá ao ar neste sábado (29), às 22h.
A resposta foi dada pelo dirigente após questionamento feito pela reportagem da Máquina do Esporte, que esteve presente e foi uma das debatedoras do programa.
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Desde que fechou com a Globo, Galiotte tem tentado aproximar mais os clubes. Alguns encontros já aconteceram reunindo alguns presidentes de times que disputam a Série A do Campeonato Brasileiro, mas ainda sem uma agenda definida, sem uma proposta concreta de união dos clubes e, principalmente, sem todos os times.
A ideia é tentar angariar cada vez mais dirigentes para conversar. Até agora, segundo apurou a Máquina do Esporte, Athletico-PR, Flamengo e Corinthians tinham se recusado a participar de qualquer encontro coletivo que foi proposto. Uma das ideias é poder debater produtos de licenciamento e criar um grupo mais forte para promover discussões em questões políticas que interessam a todos os clubes.
Essa questão, aliás, foi o que permitiu Galiotte promover um encontro que não ocorria há alguns anos. Na última terça-feira (25), ele e os presidentes Andrés Sanchez (Corinthians), Carlos Augusto de Barros e Silva (São Paulo) e José Carlos Peres (Santos) se reuniram para um almoço em São Paulo. Na pauta, debateram uma união entre os quatro maiores clubes paulistas para pressionar o governador João Doria Jr. a liberar o consumo de bebida alcoólica dentro dos estádios.
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Há uma década, Peres, hoje mandatário do Santos, era o executivo encarregado de liderar o G4 Paulista, entidade formada pelos mesmos quatro clubes para negociar acordos conjuntos. Dessa união, surgiu um acordo com a Femsa para patrocinar os quatro times e também uma negociação mais dura com a Globo pelos direitos de transmissão do Campeonato Paulista. O grupo, porém, se desfez quando houve a negociação com a Ambev que rompeu o acordo com a Femsa.