Os conflitos políticos que permeiam os Jogos Olímpicos de Pequim não tiveram conseqüências para o lado comercial do evento. Nesta quarta-feira, o Bocog, comitê organizador da competição, afirmou que nenhum dos patrocinadores mostrou a intenção de retirar o apoio econômico às Olimpíadas chinesas. Ao todo, 63 empresas se aliaram ao evento. Os rumores sobre a possível debandada de investidores começaram após as pressões recebidas por ativistas devido à posição da China em relação a Darfur. “Estes patrocinadores continuam trabalhando conosco na organização dos Jogos, pois se sentem identificados com eles e com seus objetivos”, disse Yuan Bin, diretora do departamento de marketing do Bocog. “A China quer contribuir com a paz mundial com a realização dos Jogos Olímpicos, por isto todos os patrocinadores continuam conosco. Não se deve misturar política com os Jogos, um evento que os chineses trabalharam muito duro para receber”, completou. A representante do comitê aproveitou para alfinetar o diretor de cinema americano Steven Spielbert, que decidiu abandonar o planejamento das cerimônias de abertura e de encerramento dos Jogos por questões políticas. “Organizaremos cerimônias espetaculares”, afirmou Yuan. O imbróglio surgiu depois que um grupo de celebridades, liderados pela atriz Mia Farrow, começou a utilizar os Jogos para convencer a China da necessidade de usar de sua força política para acabar com o conflito no Sudão. O cineasta Steven Spielberg resolveu, então, boicotar os Jogos em apoio à iniciativa. A atitude recebeu apoio até mesmos dos rebeldes de Darfur, que se uniram momentaneamente para apoiar a decisão do norte-americano. A China é a maior compradora de petróleo do Sudão e também a maior fornecedora de armas para o país.