Quando anunciou a chegada ao Brasil com os direitos exclusivos de transmissão da Copa Sul-Americana e dos campeonatos Italiano e Francês, a plataforma de streaming DAZN atiçou o mercado, que viu na entrada do competidor uma chance para que os grandes campeonatos de futebol ganhassem novas casas.
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Passado meio ano do lançamento do serviço oficialmente, em maio, a realidade é um pouco diferente. Com as principais competições “cobertas”, o DAZN encontrou nos esportes de nicho o caminho para crescer no mercado brasileiro. Nesta quinta-feira (24), a plataforma anunciou a aquisição com exclusividade dos direitos da Champions League das Américas, torneio de basquete com times de Argentina, Brasil, Chile, México, Nicarágua e Uruguai.
Agora, o DAZN passa a ter o basquete como “carro-chefe” da plataforma ao lado do futebol. Por lá já existem também as transmissões da EuroLiga e também do NBB.
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“Desde a nossa chegada ao Brasil, em maio deste ano, anunciamos os direitos de transmissão de partidas do NBB, da EuroLeague e, agora, da Basketball Champions League Américas. Queremos continuar surpreendendo os fãs do basquete e oferecendo competições de alto nível na plataforma de forma exclusiva”, destacou Bruno Rocha, vice-presidente executivo do DAZN para o Brasil.
A aposta em nichos de público também é a base da TV NSports, que anunciou o lançamento de um sistema de pay-per-view do vôlei e tem acordo com o futsal para a transmissão de jogos da Liga Nacional que não estão na TV linear. E até no mercado americano o streaming tem virado válvula de escape para esportes com um público específico. Por lá, a ESPN tem recorrido ao serviço ESPN+ para desovar os direitos de transmissão do UFC e também de campeonatos de futebol. Além disso, eventualmente jogos das ligas principais também passam no streaming.
A procura pelos nichos de mercado atende a dois pontos. O primeiro deles é a baixa atratividade que essas competições têm hoje no mercado de TV linear. Assim, o fanático acaba aceitando pagar para ter a competição de forma exclusiva.
O segundo fator é a própria demanda menor de consumo do esporte de nicho. Até agora, os grandes eventos esportivos têm enfrentado problemas quando são exibidos de forma exclusiva dentro de plataformas de streaming, com queda de banda e tráfego muito alto. Recentemente, a Globo.com viu cair o sistema quando transmitiu Athletico x Corinthians com exclusividade pelo site. Com audiência cativa, mas em menor quantidade, a transmissão de nicho se sustenta na plataforma.