A parte feminina da Associação de Futebolistas Espanhóis (AFE) ameaça uma paralisação geral caso os clubes não aceitem algumas das reivindicações propostas para melhorar as condições trabalhistas e, principalmente, de remuneração da modalidade no país.
Uma reunião com 200 atletas que disputam a Primera Iberdrola, primeira divisão do futebol feminino espanhol, determinou que, enquanto não houver um acordo coletivo, elas poderão parar a partir de 6 de novembro, quando ocorre outro encontro com a entidade que representa os clubes.
As atletas querem uma remuneração mínima anual de € 20 mil, enquanto a Associação de Clubes de Futebol Feminino (ACFF) oferece € 16 mil. A associação insiste que a realidade da competição está “longe de ser sustentável”.
Foto: Reprodução / Twitter (@PrimerIberdrola)
Outro impasse está no tempo de dedicação da jogadora ao clube no contrato de meio período. A ACFF quer que esse tipo de contrato não ocupe menos de 50% da jornada de trabalho, enquanto os sindicatos consideram que “nada abaixo de 75% seria admissível”.
“Somos jogadoras de futebol em 100% do tempo, a qualquer hora”, disse Ainhoa Tirapu, atleta do Athletic Club e vice-presidente do Comitê de Futebol Feminino da AFE.
A AFE pede que a rotina seja de 35 horas por semana em cálculo semestral e que o acordo cubra as jogadoras de futebol de equipes subsidiárias, desde que joguem quatro jogos consecutivos ou sete ao longo da temporada com a equipe profissional. Além disso, querem que sejam concedidos bônus pelo tempo de permanência no clube, com 5% de aumento a cada dois anos que a atleta ficar no mesmo time, e € 10 mil caso se mantenha por seis anos.
As discussões ainda giram em torno de outros pedidos, como auxílio-maternidade de € 600 euros, € 800 euros como bônus por assinatura de contrato e ainda férias com 30 dias, sendo ao menos 21 deles consecutivos e durante o verão.