Depois da polêmica envolvendo a ida da delegação nacional às Olimpíadas de Pequim, em agosto deste ano, a Confederação Brasileira de Judô (CBJ) resolveu esclarecer os fatos e afirmou que as reuniões da entidade, que acontecem nesta quinta e sexta-feira no Rio de Janeiro, são de cunho técnico e não político. Um dos muitos assuntos tratados seria o planejamento olímpico dos próximos quatro anos. O diretor de marketing da CBJ, Maurício dos Santos, disse que a ameaça da retirada da delegação brasileira de judô nunca teve respaldo. Para ele, o motivo real da confusão foi uma represália política por parte da União Pan-Americana de Judô (UPJ), presidida pelo dominicano Jaime Casanova. “O nosso presidente [da CBJ, Paulo Wanderley] é também presidente da Federação Sul-Americana de Judô. Além disso, o potencial olímpico do Brasil no judô é muito grande. Tudo isso fez com que lançassem o Paulo como concorrente à presidência da UPJ, mesmo sem ele saber”, diz Santos, à Máquina do Esporte. Ele também fez questão de assegurar a Mizuno como fornecedora de materiais. “Já está tudo certo com a Mizuno. Agora em março, apresentaremos o projeto a todos e no fim do mesmo mês a delegação viaja para o Japão para um encontro com a Mizuno Internacional”, afirma o diretor. Nesta sexta-feira, uma coletiva de imprensa no Hotel Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, às 10h, contará com a presença do presidente da CBJ, Paulo Wanderley, e do presidente da Federação Internacional de Judô (FIJ), Marius Vizer. O conteúdo do encontro será o esclarecimento de todos os problemas com a UPJ e a garantia da ida da delegação aos Jogos. No início da semana, Jaime Casanova teria ameaçado desfiliar a CBJ em relação à UPJ. Isso impediria a participação dos brasileiros, já que o estatuto da FIJ, em seu artigo 1º, afirma que reconhece apenas filiações de países membros de entidades continentais. Na última quarta-feira, porém, o dirigente confirmou, por meio de comunicado oficial, a participação brasileira nos Jogos.