Causa da morte de mais de um milhão de chineses todos os anos, o fumo perderá espaço no país asiático por conta dos Jogos Olímpicos de Pequim. O comitê organizador (Bocog) estuda diversas alternativas para marginalizar o cigarro das competições e tentar, de certa forma, deixar como legado um estilo de vida mais saudável à população da capital chinesa. “[Os Jogos Olímpicos serão] uma boa plataforma do governo para uma mobilização contra o cigarro”, afirmou Ren Mengshan, membro do comitê organizador. Uma das medidas foi tentar tirar o glamour que o cigarro ainda tem na China. Um dos problemas para isso, porém, é a forte ligação que a indústria do tabaco criou com o esporte, já que o corredor Liu Xiang, um dos grandes ídolos nacionais, é também garoto-propaganda da companhia Baishan. Se essa batalha ainda está longe de ser vencida, o comitê organizador, por outro lado, tem colhido resultados satisfatórios em outras frentes. Além de o cigarro ser proibido em qualquer área olímpica, o Bocog também conseguiu o veto à fumaça dentro de taxis, além de determinar que apenas 30% dos quartos disponíveis em hotéis sejam destinados aos fumantes. Outros estabelecimentos que sempre permitiram o fumo livremente, como restaurantes, também começam a mudar suas políticas. O Meizhou Dongpo, por exemplo, que é um self-service aberto em outubro do ano passado, usa placas com a mensagem “Não fume neste restaurante. Uma floresta no meio da cidade”, em referência ao ar limpo do estabelecimento. Em outros lugares, no entanto, esse tipo de controle não é bem-vindo. Desde 1996, o governo tenta intensificar o combate ao fumo em diversos locais, mas usualmente encontra resistência da população em lugares como museus, escolas, hospitais, ônibus e trens.