O bilionário Robert F. Smith, de 59 anos, é um dos candidatos à compra do Denver Broncos, segundo o site Front Office Sports. Com patrimônio líquido de US$ 6,7 bilhões, o empresário é considerado o afro-americano mais rico dos Estados Unidos, de acordo com a revista Forbes.
A venda dos Broncos pode alcançar a cifra de mais de US$ 4 bilhões, o que significaria um negócio recorde na NFL.
Segundo o jornal The Denver Gazette, há seis grupos interessados na aquisição dos Broncos, incluindo os ex-quarterbacks Peyton Manning e John Elway, vencedores do Super Bowl. Brittany Bowlen, filha do falecido Pat Bowlen, ex-proprietário dos Broncos, também está interessada em comprar a franquia. Outro interessado seria Jeff Bezos, fundador da Amazon.
Robert Smith cresceu em Denver. Ele fundou a Vista Equity Partners em 2000 e ainda atua como CEO e presidente da empresa. Em setembro, a empresa detinha US$ 86 bilhões de ativos sob sua gestão.
Filantropo, Smith fez doações políticas individuais totalizando mais de US$ 920 mil nos últimos dez anos, de acordo com o banco de dados da Comissão Eleitoral Federal. Quase todo o montante foi para políticos do Partido Democrata ou para ações políticas de tendência progressista.
A maior delas, de US$ 500 mil, feita em 2018, foi para a Aliança Econômica Negra, organização que busca promover políticas de empoderamento econômico da comunidade negra.
Smith também já usou parte de sua fortuna em doações para causas de justiça social, inclusive por meio de sua fundação Fund II. De acordo com o site da instituição, a Fund II doou quase US$ 250 milhões para várias ONGs, incluindo The United Negro College Fund, NPower e The Opportunity Network.
Em 2016, o bilionário doou US$ 20 milhões para o Museu Nacional de História Afro-Americana, inaugurado em Washington naquele ano.
Na NFL, Smith possui mais poder econômico do que Elway e Manning, mas menos do que Bezos. Caso sua proposta seja formalizada, ele deve desembolsar ao menos US$ 1,2 bilhão pela franquia do Colorado. A NFL exige que os proprietários principais coloquem ao menos 30% do valor total da equipe. O resto seria obtido por meio de um grupo de investidores, algo que Smith não teria dificuldade de conseguir.
Um obstáculo, porém, seria a aprovação pelo conselho dos proprietários de times da NFL, considerado de viés mais conservador. Uma máxima diz que esse grupo é composto por “32 republicanos que votam como socialistas”, em referência à preferência política do grupo e à distribuição do faturamento entre as equipes que compõem a liga de futebol americano dos Estados Unidos.
Para se tornar efetivamente proprietário do Denver Broncos, Smith precisaria de ao menos 75% dos votos favoráveis neste conselho (24 dos 32 times).
A falta de um dono de franquia negro é uma das críticas recorrentes à NFL. Também falta diversidade entre treinadores e em cargos de liderança na liga. Entre os jogadores, a realidade é bem diversa: cerca de 70% dos atletas da liga são negros.
As críticas foram amplificadas neste mês após as demissões de Brian Flores, do Miami Dolphins, e David Culley, do Houston Texans. O único treinador negro da NFL atualmente é Mike Tomlin, do Pittsburgh Steelers.
Entre os gerentes gerais, há apenas cinco negros na liga: Martin Mayhew (Washington Football Team), Andrew Berry (Cleveland Browns), Terry Fontenot (Atlanta Falcons), Brad Holmes (Detroit Lions) e Chris Grier (Miami Dolphins).
Entre os donos de equipes, o único vindo de um grupo minoritário é Shahid Kahn, dono do Jacksonville Jaguars, nascido no Paquistão e naturalizado americano. Outro caso é de Kim Pegula, coproprietária do Buffalo Bills, que nasceu na Coreia do Sul.
Vale lembrar que Bob Johnson fez história ao se tornar o primeiro negro dono de equipe na NBA em 2002. Ele vendeu sua participação majoritária no Charlotte Hornets para Michael Jordan em 2010.