Quatro anos após receber a seleção brasileira pela última vez, Belo Horizonte sente o impacto do reencontro ? em grande estilo – com o time verde e amarelo. Na próxima semana, o Brasil enfrentará a Argentina, no estádio do Mineirão, pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2010, em um jogo que deverá gerar R$ 3 milhões à cidade. Segundo a Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav-MG), a expectativa é de que esse valor seja movimentado em apenas três dias, entre terça e quinta-feira. ?Qualquer evento desse porte vem acompanhado de grande turbulência na economia e no turismo. Os hotéis já estão lotados. Bares, restaurantes, locadoras de automóveis, enfim, todo o comércio, também irão operar com sua capacidade máxima?, afirma Regina Casale, diretora da entidade. A projeção é de que o setor hoteleiro cresça 30%. A ocupação média entre janeiro e maio ficou em 68%, 12% a mais do que no mesmo período em 2007. Para os próximos sete dias, todos os 16 mil leitos da capital mineira estão reservados. Aos turistas que ficarão hospedados nos hotéis, somam-se aqueles que têm família e amigos na cidade e dão preferência à recepção ?caseira?, o que impede o balanço exato do número de visitantes que Belo Horizonte receberá para o clássico sul-americano. ?É impossível calcular quantas pessoas desembarcarão na cidade para acompanhar o jogo, mas estamos bem otimistas. Principalmente porque os torcedores de São Paulo e Rio Janeiro deverão desembolsar, em média, R$ 1,1 mil cada um durante a viagem?, revela Regina. Foram colocados à venda 57 mil ingressos. Na esteira do aquecimento do mercado, o principal beneficiado é o hotel Ouro Minas. ?Abrigo? da equipe argentina e de dezenas de jornalistas estrangeiros, o local comemora o aumento do faturamento e, principalmente, a visibilidade gerada pelos hóspedes ilustres. ?Como a seleção brasileira ficará na Cidade do Galo [centro de treinamento do Atlético Mineiro, localizado no município de Vespasiano] toda a mídia espont”nea virá para nós. Além disso, nossa receita deverá crescer 30% com o jogo. É um momento muito positivo?, diz Patrícia Reis, gerente comercial do Ouro Minas. Dos 343 quartos do hotel, 48 foram reservados para o adversário do Brasil. A diária, que sofreu pequena ?inflação? em função da cobrança em dólar para a delegação internacional, custa, em média, R$ 500.