Quais os efeitos da conturbada venda de ingressos para os Jogos Pan-Americanos de 2007? Para pessoas que trabalham com o marketing esportivo no Brasil, o maior reflexo da bagunça no Pan será na candidatura brasileira à sede da Copa do Mundo de 2014. ?Isso mostra que o país não respeita suas próprias leis, então como pode se credenciar a coisas maiores? Quem deve ficar bravo com essa história [dos ingressos] é o Ricardo Texeira [presidente da CBF], pois isso mancha a reputação do Brasil para o mundo?, afirmou José Luiz Portella, idealizador do Estatuto do Torcedor. Segundo Rafael Plastina, especialista em marketing esportivo com MBA nos Estados Unidos e Espanha, o problema com os ingressos do Pan revela a falta de preparo do país para abrigar grandes competições esportivas. “Apesar de trabalhar na área e estudar bastante, infelizmente não acredito que a gente, considerando o histórico da condução do esporte nacional, tivesse condição de organizar um evento de médio porte ou de grande porte como uma copa do mundo. Se formos analisar friamente, o Pan não é um evento de grande expressão mundial”, disse. O reflexo de toda essa situação poderá ser visto no longo prazo, na opinião do especialista. Para Plastina, apesar de todos os problemas que se vê atualmente no Pan, o país não aprenderá com os erros para a Copa. “Como o brasileiro não tem memória, nem política nem esportiva, vai achar que a Copa é a coisa mais fácil de se organizar. Mas muita coisa tem que ser feita de maneira diferente para fazer uma Copa do Mundo. As questões políticas ainda ocupam um espaço muito grande na hora de se planejar e fazer alguma coisa. Infelizmente isso atrapalha”.