O fluxo de turistas que visitarão o Brasil com o intuito de assistir à Copa do Mundo de 2014 pode chegar a três vezes mais do que o usual, porém o país não possui um sistema aeroportuário capaz de suportar tamanho ?boom?. Quem alerta é a Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag). ?Houve erros do Governo nessa questão. A Abag já havia alertado sobre a capacidade do Aeroporto de Congonhas antes do acidente com o avião da TAM [em julho do ano passado, quando 187 pessoas morreram]. Agora, estamos alertando novamente?, afirma Adalberto Febeliano, vice-presidente da Abag. Em 2007, foram registrados 50 milhões de viagens de avião. Somente em um mês o número chega a quatro milhões. A expectativa dos organizadores é que desembarquem no Brasil aproximadamente 500 mil turistas, que se irão se locomover entre seis e 14 vezes para assistir à Copa. Então, além das quatro milhões de viagens normalmente registradas, durante a competição esse número poderá chegar a mais de nove milhões. ?O aeroporto de São Paulo está entupido. No de Brasília, o terminal de passageiros não comporta o volume de pessoas que virão ao Brasil devido à Copa. Apesar do grande desafio, tem de ser feito algo agora porque depois não dará mais tempo?, diz Febeliano. De acordo com a Abag, o tempo médio de construção de um novo aeroporto varia entre seis e oito anos. Assim, se as obras começassem hoje, elas ficariam prontas pouco antes de começar o Mundial no Brasil. Esse tema será abordado na Latin American Business Aviation Conference & Exhibition (Labace), evento organizado pela entidade e que acontecerá entre os dias 14 e 16 de agosto, no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. ?Não vale usar falta de dinheiro como desculpa. A Abag está alertando. Dá para fazer algumas reformas em certas cidades, mas elas têm de ser feitas agora. Caso essas melhorias não aconteçam, enormes problemas poderão aparecer na Copa?, completou Febeliano.