De tempos em tempos, alguns personagens reeditam a ?lenda de Fênix? no futebol e “ressurgem das cinzas”. Nesta temporada, o Vitória é o principal exemplo dessa analogia mitológica. Rebaixado à Série C em 2004, o clube – calcado em uma campanha surpreendente – se transformou em um dos grandes destaques do Campeonato Brasileiro. A meta da diretoria, agora, é transformar a boa fase esportiva em ?recheio? para os cofres do clube. Com uma verba de patrocínio anual de R$ 2 milhões, o Vitória já se movimenta para renegociar os contratos vigentes e conseguir novos parceiros para 2009. ?Estivemos no calabouço do futebol e, por isso, ficamos muito abaixo da média nesses valores. Essa deve ser a principal herança da nossa campanha neste ano?, afirma Jorge Sampaio, presidente do clube baiano, que conta com os apoios de Fiat, MCS Tim e Canal Jeans. Outro pilar que sustenta a ?capitalização? do momento favorável dentro de campo é a valorização dos jogadores. Marquinhos, William e Anderson Martins ? pratas da casa ? são os nomes mais procurados para transferências. ?Recebo de duas a três propostas diárias por esses atletas. No final do ano, é possível que a gente faça um bom dinheiro com eles, mas queremos segurá-los durante todo o Brasileiro?, revela Sampaio, lembrando que o clube lançou, na última segunda-feira, um fundo de investimento semelhante ao criado pelo Palmeiras para manter os jogadores no Vitória. ?É um modelo totalmente inspirado na cesta do Palmeiras, aberto a conselheiros e torcedores. Eles vão poder adquirir pequenos percentuais de um grupo de atletas formados na nossa base?, completa o dirigente. A idéia é captar, inicialmente, US$ 1,5 milhão. A possível parceria de R$ 3 milhões com a Traffic, antecipada pela Máquina do Esporte em maio, continua sendo negociada, mas ainda não foi concretizada. ?O processo está moroso, lento, mas não foi descartado. Tampouco chegamos a um denominador comum sobre valores. Assim como tudo que tem acontecido com a gente, esses contatos são reflexo do nosso modelo de gestão. Resgatamos a credibilidade de um clube que já figurou na terceira divisão?, conclui Sampaio.