Para dar início ao seu ciclo de palestras com os candidatos ao cargo de prefeito de São Paulo, a Federação Paulista de Futebol (FPF) reuniu, em sua sede no bairro da Barra Funda, Marta Suplicy (PT) e dirigentes dos principais clubes da cidade. O resultado do evento, que pretendia criar um espaço de diálogo entre as partes, foi um apelo geral por apoio da ex-ministra do Turismo. A idéia dos cartolas era ganhar uma forte aliada na briga pela definição das sedes da Copa do Mundo de 2014, que será disputada no Brasil. O espaço para os pedidos foi aberto logo após a fala inicial da petista, que explicou como pretende fomentar o esporte na cidade com o auxílio dos CEU?s, centros educacionais criados por ela em sua primeira gestão. Dono do maior estádio e grande favorito para receber jogos do Mundial, Juvenal Juvêncio, presidente do São Paulo, defendeu, entre outras coisas, que é responsabilidade do poder público ajudar na reforma dos locais de disputa até 2014. Andrés Sanchez, do Corinthians, foi por outro caminho. Depois de mostrar otimismo com a nova possibilidade de um estádio próprio para o clube (ele chegou a brincar, dizendo que está cansado de ver maquetes, fazendo referência a antigos planos frustrados), o dirigente disse rejeitar ajuda do Estado no financiamento. Pediu, no entanto, força para que duas sedes sejam escolhidas em São Paulo, sendo uma delas a do Corinthians. O lobby também foi a tônica da fala de Fernando Pizzo, assessor da presidência que representou o Palmeiras. Com direito a provocações aos rivais, convidou Marta Suplicy para ir ao Parque Antarctica conhecer a maquete da Arena Palestra Itália, projeto de reforma do atual estádio em parceria com a construtora WTorre. Se os três principais clubes de São Paulo falaram sobre os estádios que receberão a Copa do Mundo, Joaquim Emílio, diretor jurídico e representante da Portuguesa no evento, não poderia fazer diferente. De maneira breve, pediu que a candidata olhasse com bons olhos a proposta do Canindé, que defende a escolha pela proximidade com o aeroporto de Guarulhos. Nem mesmo quatro pedidos explícitos de apoio frustraram Airton Santiago, presidente do Nacional, e Armando Raucci, do Juventus, que também pediram a palavra. O primeiro aproveitou para falar sobre a necessidade da malha ferroviária já existente no projeto para o Mundial. A escolha pelos trens tem a ver com a história do clube, fundado por funcionários do setor no começo do século. Já o mandatário da Móoca pediu diminuição nas tarifas cobradas dos clubes que disputam a primeira divisão estadual.