Reconhecida como uma das empresas que mais investem em direitos econômicos de jogadores profissionais, a Traffic quer ampliar seu leque de opções atuando diretamente na formação dos atletas. O objetivo da empresa, apresentado oficialmente à imprensa nesta terça-feira, é construir de cinco a dez centros de excelência para garotos em todo o Brasil, com Carlos Alberto Parreira como diretor-técnico e grande avalista da idéia. O planejamento começa com a Academia Traffic em Porto Feliz, cidade do interior de São Paulo escolhida pela proximidade da capital (110km de dist”ncia) e de Itu, sede de um dos principais parceiros da Traffic, o Ituano. Até o fim de outubro, um CT com estrutura para cerca de 120 atletas será inaugurado para o pontapé inicial de um projeto maior, que inclui filiais espalhadas pelo país. A construção vai demandar um aporte financeiro de R$ 16 milhões, com previsão de custo anual de cerca de R$ 5 mi em manutenção de equipamentos e material humano qualificado. O coordenador de todo esse sistema será Parreira, que fará, entre outras coisas, o acompanhamento do trabalho de campo dos treinadores da Traffic. ?Nós estamos há três anos negociando com ele, chegamos a ir até a África do Sul para conversar e eu sempre achei que nós precisávamos dele aqui por todo o conhecimento de sete Copas do Mundo que ele tem?, disse Julio Mariz, presidente da Traffic. Com o aval de Parreira, a empresa pretende ampliar sua forma de atuação no futebol brasileiro. Se hoje busca fundos de investimentos para contratar e posicionar jogadores no mercado, a Traffic vai passar a formá-los, usando sua rede de relacionamentos para, posteriormente, poder lucrar com uma venda para o exterior. ?Eu não acredito que a gente vai conseguir uma venda direta para o exterior, mas essa é uma opinião pessoal. Acho que o jogador precisa passar por um clube grande como o São Paulo, o Corinthians, o Palmeiras ou qualquer um desses para ganhar uma musculatura de profissional, para que depois a gente possa ter um lucro com eles?, disse J. Hawilla, proprietário da Traffic. Esse caminho pode, inclusive, ser facilitado por determinados acordos. A empresa não descarta ter clubes como parceiros na formação de centros de treinamentos em algumas regiões, por exemplo. O Desportivo Brasil, clube-empresa criado pela Traffic, e o Ituano, podem ser as primeiras vitrines dos jogadores revelados quando o projeto estiver em um estágio mais avançado. ?A gente estudou durante muito tempo e chegou à conclusão que esse é o melhor modelo de atuação de uma empresa no futebol. Nós vamos ter uma estrutura do nível dos grandes clubes europeus e de alguns poucos brasileiros, e queremos fazer um trabalho melhor que o deles?, disse J. Hawilla.