O destino do estádio municipal Paulo Machado de Carvalho pode ser decidido em referendo popular na cidade de São Paulo. A possibilidade foi levantada nesta terça-feira por Walter Feldman, secretário de Esportes, Lazer e Recreação da prefeitura, que enxerga o plebiscito popular como evolução natural da comissão criada na C”mara de Vereadores para discutir o tema. A comissão especial foi oficializada pela C”mara na semana passada. O grupo será presidido por Dalton Silvano (PSDB) e terá como relator o vereador Antônio Goulart (PMDB), que é conselheiro do Corinthians. Eles começarão a trabalhar daqui a 15 dias e pesquisarão durante dois meses as repercussões sobre cada possibilidade para o Pacaembu. No ano passado, o estádio municipal representou um custo de R$ 2,5 milhões para a prefeitura. Em contrapartida, sobretudo com aluguel ao Corinthians, a arena conseguiu arrecadar R$ 1,3 milhão. Houve um crescimento no número de jogos no espaço em 2009, e o déficit caiu para R$ 200 mil no primeiro trimestre. ?O Corinthians nos visitou e demonstrou interesse em ficar com o estádio. Nós pedimos que eles montassem um projeto, e essa apresentação deve acontecer nos próximos dez dias. Um debate extenso agora facilita qualquer decisão que formos tomar no futuro?, argumentou Feldman. Quando o relatório da comissão especial da c”mara estiver concluído, Feldman vê como caminho natural a criação de pesquisas científicas e de um referendo para que a população diga o que quer para o futuro do estádio (cedê-lo ao Corinthians ou mantê-lo sob administração da prefeitura). A única certeza do secretário é que o atual modelo não pode ser mantido. ?Temos áreas tombadas pelo patrimônio histórico ali. Não podemos mexer no Museu do Futebol ou no Clube Escola, que funcionam no complexo. Ainda assim, precisamos modernizar o Pacaembu?, analisou Feldman. A reforma no local deve consumir entre R$ 100 milhões e R$ 200 milhões. A manutenção do estádio sob administração da prefeitura é amplamente defendida pela associação de moradores do Pacaembu. No entanto, Feldman acredita que a entidade seja suscetível ao debate sobre o que fazer com o estádio. ?Se chegássemos à conclusão de que a melhor saída seria ceder o estádio ao Corinthians, isso passaria por um contrato de utilização. Nós assinamos um documento agora para que o Pacaembu seja utilizado em dois shows, por exemplo. Isso nos deu par”metros para o trabalho?, finalizou o secretário.