Com expectativa de movimentação de negócios em torno de R$ 160 milhões, a 11ª edição da São Paulo Boat Show, maior salão náutico indoor da América Latina, que começou nesta sexta-feira, na capital paulista, deve ficar marcada pela ?popularização? de seu público. Antes restrito à elite, o evento espera uma forte participação da classe média na compra de barcos e outros produtos relacionados ao mercado náutico. O fenômeno teve início no ano passado, quando a Aymoré Investimentos, patrocinadora da feira, contabilizou que 70% dos financiamentos realizados durante a exposição estavam relacionados a barcos de pequeno porte, com custo equivalente a R$ 25 mil. O mais caro da Boat Show tem preço estimado de R$ 6 milhões. ?A classe média está se refinando. Essa casta da sociedade, com o fortalecimento da economia, tem se dado o privilégio de sonhar mais alto. Em vez de colocar mais um carro na garagem, esse público já pode pensar em comprar um barco pelo mesmo valor?, afirma Oscar Guerra, diretor de marketing da Boat Show. O executivo reconhece que a ?deselitização? desse mercado é um processo lento e gradual, mas condizente com a realidade. ?Não é mais tão difícil manter um barco como era antes. O custo anual não ultrapassa 10% do valor de cada modelo, incluindo marina, tripulação, combustível e seguro. Para quem ganha cerca de R$ 10 mil por mês, a manutenção não é impossível?, completa Guerra. O Brasil conta com cerca de 151 estaleiros em atividade e uma frota composta por 180 mil barcos. Em 2007, o mercado náutico movimentou US$ 470 milhões, número 11% superior ao registrado na temporada anterior. Para este ano, a previsão é de novo aumento: 10%. A organização da Boat Show espera receber 50 mil pessoas de 26 setembro a 1º de outubro, data de encerramento da feira. O horário de funcionamento é de 12h às 22h nos finais de semana e de 14h às 22h de segunda a sexta-feira. O ingresso custa R$ 30.