A partir do ano que vem o Brasil perderá para Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, o privilégio de fechar a temporada da Fórmula 1. O impacto econômico que essa mudança causará divide os especialistas na organização do evento. A principal polêmica gira em torno do perfil do público interessado no evento. O encerramento da categoria e a possibilidade de título são, segundo alguns, atrativo para turistas de todos os lugares do mundo. ?Com certeza o fato de a final ser aqui no Brasil chama a atenção de mais gente, principalmente de fora. Neste ano, por exemplo, tem muitos ingleses vindo pelo [Lewis, que pode ser campeão pela McLaren no próximo domingo] Hamilton?, disse Geraldo Rodrigues, da agência Reunion Sports& Marketing. ?A exposição da cidade de São Paulo se torna mundial. Do ponto de vista promocional, a exposição é fantástica com a final sendo aqui?, declarou Toni Sando, superintendente do São Paulo Convention & Visitors Bureau. A unanimidade é quebrada por outra autoridade no assunto. Presidente da seção paulista da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), Maurício Bernardino apresenta um outro panorama do maior evento da cidade em termos de arrecadação, à frente inclusive do Carnaval e da Parada Gay. ?Não acho que [a ?perda? da final] vai mudar o perfil do turista não. Hoje 75% dessa ocupação plena que temos é com o público corporativo. São empresas que já fizeram reservas com muita antecedência?, sustenta o executivo. A arrecadação e a movimentação de pessoas em torno da prova, no entanto, são pontos pacíficos. Com todos os lugares do autódromo de Interlagos historicamente lotados, a Fórmula 1 deve manter o volume atual nos dois quesitos por tratar-se de um evento ?sold-out?. Mas isso não impede que os especialistas projetem um futuro crescimento. ?Eu acho que dá para crescer sim. Uma coisa é a limitação de espaço do equipamento, que mesmo assim pode ser ampliado. Para aumentar o público visitante basta aumentar as arquibancadas. E a cidade em si não está saturada, tem muito a oferecer a mais pessoas?, disse Sando.