Anunciado na última segunda-feira pela ministra da Casa Civil Dilma Roussef, o acordo do Governo Federal com a Indy Racing League para fornecimento de etanol para a próxima temporada da categoria norte-americana pode virar uma plataforma de negócios para o país. Mais que um simples patrocínio esportivo, o acordo, costurado pela Agência Brasileira de Promoção das Exportações (Apex), pode levar outros produtos para mercados ainda inexplorados dos Estados Unidos. A idéia está baseada nas propriedades oferecidas pela Indy. Antes e durante as competições, a agência brasileira, braço do Governo para exportações, poderá fazer ações promocionais de mercadorias como bebidas e alimentos em geral. ?Nosso trabalho é utilizar a Indy como plataforma de promoção de outros produtos brasileiros com potencial de penetração. A coisa vai muito mais além do etanol. Hoje nós trabalhamos com muitas entidades de classe, então estamos falando de equipamento médico e laboratorial, café, alimentos em geral e bebidas, por exemplo?, disse Ricardo Santana, coordenador de projetos da Apex, que ainda não definiu qual empresa fornecerá os 120 mil galões. Esse leque de opções, no entanto, não será prioridade no início. Carro-chefe do projeto, o etanol pode até ganhar uma feira de divulgação em mercados estratégicos. A idéia é levar um evento semelhante à 1ª Exposição Internacional de Biocombustíveis, que acontece em São Paulo e foi, inclusive, palco da assinatura simbólica do contrato entre as partes. ?Hoje nós temos alguns estados americanos que têm uma aceitação maior ao etanol, como a Flórida e a Califórnia. Nós podemos fazer um encontro deste tipo, que reúne desde a parte genética até a produção para o consumo do biocombustível?, concluiu Santana. A idéia é transformar, o mais rápido possível, o etanol em commoditie, produto primário que tem cotação e padrão internacional, como soja e milho. Os especialistas no assunto avaliam que somente essa mudança pode fazer com que o biocombustível seja aceito em todas as partes do mundo.