A proposta para que as redes públicas de televisão transmitam eventos esportivos de grande porte foi o principal tema da audiência pública da Comissão de Turismo e Desporto na última quarta-feira. Presentes no encontro, representantes da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), da Rede Globo e da Rede Record discutiram o tema, e discordaram quanto à validade da proposta. ?A TV pública, de um modo geral, e não apenas a EBC, poderá melhor cumprir a sua função social, ou seja, aumentar a oferta de conteúdos se isso for liberado. O que a TV comercial resolveu não exibir, que fique para a TV pública?, disse Tereza Cruvinel, presidente da EBC. O argumento básico de Globo e Record é que nem todas as emissoras educativas do país se enquadrariam nesta definição. Por isso, as comerciais questionam o teor do projeto de lei que está pronto para ir para a pauta da C”mara dos Deputados. ?Hoje há no país 193 geradoras, sem falar das 597 retransmissoras, que são, em parte, pseudo-educativas, porque não produzem conteúdo educativo, usam estes canais para proselitismo, e fazem comercialização publicitária fora da lei?, disse Marcelo Campos Pinto, diretor da Globo Esporte. ?São contratos confidenciais que exigem garantias, procedimentos e multas para os casos de desvio. As imagens dos eventos têm, por exemplo, um período de utilização e um vencimento?, disse Edu Zebini, da Record. A defesa das redes públicas é que a nova lei ampliaria o leque de atrações do público que não tem acesso à TV paga. As emissoras comerciais, em contrapartida, entendem que esta demanda pode ser suprida por eventos de menor porte, como competições escolares e universitárias. ?Existem vários torneios que não são cobertos e que tem atletas brasileiros de import”ncia. A TV pública tem um papel de educação e formação, mas temos de admitir que existem limitações para que a TV pública possa assumir alguns compromissos típicos das privadas?, disse Zebini.