O pior ano da história do Santa Cruz, que culminou com a queda para a Série D do Campeonato Brasileiro, pode ter dado início a uma revolução política no clube pernambucano. Calcado no torcedor e no estádio Arruda, o projeto do departamento de marketing usa o Internacional de Porto Alegre como grande modelo para os próximos anos. ?Estamos implantando um resgate a partir de nossas estruturas físicas. Eles (Inter) são o nosso exemplo, já que pretendemos ter, no ano que vem, cerca de 30 mil sócios perenes que não dependam do futebol?, disse Nivaldo Brayner, gerente de marketing do Santa Cruz. Atualmente, o Inter possui cerca de 76 mil sócios, número recorde no Brasil, e pretende chegar a 100 mil no ano que vem, coincidindo com o centenário do clube. Esse trabalho com o público já influencia diretamente nas receitas dos gaúchos. Por isso, a atenção principal da gestão de Fernando Bezerra Coelho, eleito no começo de outubro, está no estádio Arruda. Atualmente, a praça esportiva passa por várias reformas estruturais, que incluem, entre outras coisas, um novo sistema de segurança. Há também a restauração das arquibancadas e gramado. A direção espera que essa nova ?cara? anime o torcedor, o que inicialmente parece estar acontecendo. Desde a aclamação da nova gestão, um plano de ?anistia? aos antigos sócios reconquistou cerca de três mil torcedores. Os devedores que pagassem em outubro as mensalidades dos próximos três meses estariam automaticamente livres de todos os débitos anteriores. Com a nova estrutura do Arruda, a diretoria espera colocar em prática as ações com os torcedores já em 2009. ?O que acontece é que o Santa Cruz é forte nas classes C e D. Esse público sofreu bastante com os desmandos do clube nos últimos anos, e agora está começando a ficar com a auto-estima elevada. Os torcedores estão dispostos a fazer um trabalho de união. E isso, de certa forma, tem alimentado o “nimo da diretoria?, concluiu Brayner.