Encabeçada pelo contrato de 17,7 milhões de euros anuais entre Bayern de Munique e T-Mobile, a Bundesliga tirou da Premier League a liderança entre as ligas que mais faturam com patrocínio de camisa na Europa. De acordo com o relatório European Jersey Report, da agência Sport+Markt, os 18 clubes da primeira divisão alemã faturaram, juntos, 102,9 milhões de euros com a venda da principal propriedade de seus uniformes. No ano passado, a arrecadação total foi de 95,5 milhões de euros. Já os ingleses caíram de 97,5 milhões de euros em 2006/07 para 85,5 milhões de euros na última temporada. As principais razões para a queda, segundo o estudo, são a desvalorização da libra e a mudança em algumas parcerias. A XL Airlines, por exemplo, foi à falência e deixou de patrocinar o West Ham. O Aston Villa, por sua vez, cedeu o espaço a uma instituição de caridade. Itália (70,7 milhões de euros), França (50,2 milhões de euros), Espanha (42,3 milhões de euros) e Holanda (42,3 milhões de euros) completam a lista. Pela primeira vez na década, o rendimento total dos patrocínios de camisa nesses países apresentaram queda: de 405,3 milhões no relatório do ano passado para 393,2 milhões no atual. Os ingleses podem sofrer novo “desfalque” caso a seguradora AIG decida romper o acordo vigente com o Manchester United ? o maior do futebol mundial – em razão da crise que assola os mercados financeiros em todo o mundo. O aporte é de 20 milhões de euros anuais. O crash das bolsas, no entanto, não teve nenhuma ingerência no relatório atual. “A crise não tem impacto nesses números, porque os contratos foram fechados antes do início das turbulências. A questão está muito mais ligada à lei da oferta e da procura e à renegociação de antigos acordos. As empresas querem patrocinar, mas não encontram espaço e o preço sobe. Esse cenário deve ter acontecido na Alemanha, por isso esse resultado tão expressivo”, afirma Rafael Plastina, sócio-diretor da Sport Track. Para Hartmut Zastrow, diretor da Sport+Markt, a crise só será sentida, de forma branda, pelos clubes que mantêm parcerias com empresas do setor financeiro, que lideram os investimentos no futebol do Velho Continente. Essas companhias estão presentes em 34 equipes nas seis principais ligas européias, destinando um total de 80,7 milhões de euros. ?Quando essas companhias se retirarem do mercado, outras indústrias, como a de aposta, ficarão felizes em preencher esse espaço. Portanto, não acredito que a crise afete os patrocínios de forma significativa?, avalia o executivo. A instabilidade econômica, no entanto, pode ser a responsável pela curta permanência da Bundesliga no topo da lista das mais ?ricas? no que se refere ao patrocínio de camisa. Segundo Gareth Moore, diretor de vendas internacional da Sport+Markt, o quadro poderá ser revertido com o fim da crise. ?Os patrocinadores que se afastarem agora, certamente, irão voltar em breve. Isso deverá mudar toda a classificação nos próximos anos?, explica Moore, seguido por Plastina: “É um ciclo. São várias razões internas nos países que podem influenciar nesse relatório. Pode ser que no ano que vem a Premier League volte a ocupar a primeira posição”, conclui o especialista brasileiro.