O sucesso dos Jogos Olímpicos de Pequim deve afetar diretamente as candidaturas para a competição de 2016, em especial a do Rio de Janeiro. Calcada em projetos gradiosos e de muita ostentação, a organização chinesa criou um novo padrão. Como revelou o jornal ?Estado de S. Paulo?, no último domingo, seis aparelhos esportivos da capital carioca estão fora das especificações do Comitê Olímpico Internacional, inclusive a possível sede da natação, o complexo aquático Maria Lenk, construído para Pan de 2007. A grande questão é a capacidade de público do local. Projetado para receber 6,5 mil pessoas, o espaço teria de ter sua capacidade, pelo menos, dobrada para ser utilizado nos Jogos Olímpicos. Em entrevista concedida em evento realizado na sede da Associação Comercial de São Paulo, Ricardo Leyser, representante do Governo Federal no Comitê do Pan, membro do Ministério do Esporte e atual secretário nacional para 2016, concordou com especialistas e descartou essa possibilidade. ?Há vários meses foi abandonada a hipótese de uma adaptação, porque o Complexo não suportaria 12 mil pessoas. No projeto olímpico que vai ser entregue ao COI nós vamos sugerir a utilização de uma sede provisória para as finais dos Jogos, com as outras fases no Maria Lenk, já que essa mudança de exigência é só para as últimas etapas?, disse o dirigente. ?Pequim estabeleceu novos requisitos de qualidade. Esportes que normalmente dividiam instalações em datas diferentes ganharam aparelhos próprios. Para não perder nenhum voto, nós temos de nos adaptar de alguma forma, mas com sustentabilidade?, concluiu. Segundo Leyser, a ampliação já era uma realidade para a candidatura, que esperava, no entanto, uma variação menor de exigência. Em nota assinada por sua assessora de imprensa, a organização informou que o Centro Olímpico de Treinamento, que pode ser construído na Barra da Tijuca, deve ser a sede provisória do esporte caso o Rio de Janeiro seja escolhido pelo COI.